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Para toda a gente, tudo #16

Numa semana de ruído e chamas, revolta, luto e bodes expiatórios, aponto-vos o caminho de três exposições. Porque o acto da contemplação não é passivo e há um silêncio mental que nasce do simples acto de olhar. E sem silêncio, não há espaço. Dentro e fora da cabeça.

«Narrativas Fotográficas no Intendente»
«Narrativas Fotográficas no Intendente»CréditosTiago Figueiredo

Cronológica — uma ordem como outra qualquer.

E portanto começamos pelo Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA). Para além da colecção permanente que tem tesouros bastantes para justificar várias visitas, temos até Janeiro duas óptimas razões para não adiar demasiado.

Na Sala 50 do Piso 1, conhecida como a «Sala do Tecto Pintado», a exposição «Elos Perdidos» estrutura-se em díptico: de um lado obras das Colecções Reais, onde predomina o retrato e o sublinhar das relações entre as coroas holandesa e portuguesa; do outro, a paisagem de Rembrandt que pertence à colecção do MNAA e que é tema tão raro na vasta produção de um dos maiores nomes da pintura holandesa.

«Sibila» de Diego Velázquez Créditos

Já na Sala 60 do mesmo piso, espera-nos a obra convidada da Mostra Espanha 2017: uma Sibila de Diego Velázquez, vinda do Museu do Prado, pintada em 1630 e à disposição dos nossos olhos até 14 de Janeiro de 2018. Não se atrasem. Qualquer sibila vos lembrará que três meses passam num segundo.

Separar, cortar, escrever, desenhar, comer.

São os verbos que resumem (resumem?) a obra breve de Gordon Matta-Clark, artista nova-iorquino que fez o favor de ser suficientemente obsessivo na documentação da sua obra para que a efemeridade da sua passagem não a condenasse ao grande vazio.

Com o percurso de vida e de obra interrompido aos 35 anos, Matta-Clark partiu da sua formação em arquitectura para uma relação profunda entre a intervenção no espaço público, o desenho, o cinema e a performance, a linha do tempo e o acto material. Compondo-se de construção e apetite e depois de ter ocupado o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, a exposição «Splitting, cutting, writing, drawing, eating...» vem para a Culturgest dar-nos a reflectir até que ponto o seccionar de um edifício pode ser uma aproximação concreta à sua — e à nossa — totalidade. Fachadas, empenas e alicerces, a não perder.

Gente no Intendente.

Até 30 de Dezembro vale bem a pena passar na Casa Independente para ver a Exposição de Fotografia dos alunos do 6.º workshop «Narrativas Fotográficas no Intendente», orientado por Pauliana Valente Pimentel.

Os temas são diversos, como o bairro é diverso, mas destaco a intervenção de Tiago Figueiredo, por duas razões: o olho do fotógrafo, que é muito particular, e o tema. «Viene y va» é o título que «roubou» a um poema de um dos seus modelos, para trabalho de reconhecimento do bairro que se foi escondendo com o processo de recuperação e gentrificação, mas que continua lá: o mundo das(os) prostitutas(os) toxicodependentes que foram durante décadas a cara reconhecível do Intendente.

Hoje não há livro do mês. Há imagens que são romances por direito próprio.

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