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«Os Barrigas e os Magriços» é a nova criação do Teatro Estúdio Fontenova

A peça Os Barrigas e os Magriços, numa adaptação livre do conto homónimo de Álvaro Cunhal, é a nova criação do Teatro Estúdio Fontenova e estreia-se a 15 de Fevereiro, na Casa da Cultura de Setúbal.

Créditos / Teatro Estúdio Fontenova

Incluída no programa das comemorações dos 50 anos dos 25 de Abril de 1974, trata-se da primeira criação do ano daquela companhia de teatro de Setúbal e, apesar de classificada para maiores de 12 anos, foi concebida «para as faixas etárias mais jovens», revelou a companhia.

Os Barrigas e os Magriços é uma parábola sobre o 25 de Abril de 1974 para as crianças: A história centra-se num Portugal de «há muitos anos», onde havia uns homens conhecidos como Barrigas e outros como Magriços. Os primeiros comiam tanto que todo o corpo podia ser estômago, os segundos quase nada tinham para matar a fome.

«Recebemos esta história pelas mãos de um avô, e assim, lembrámo-nos das histórias dos nossos avós… Conta-nos Álvaro Cunhal nessa história sobre os Magriços, que como alguns avós trabalhavam muito, no campo e no mar, andavam descalços, não puderam ir à escola, mas queriam um país melhor», lê-se na sinopse do Teatro Estúdio Fontenova sobre o conto da autoria do secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), entre 31 de Março de 1961 e 5 de Dezembro de 1992.

Capa do livro «Os Barrigos e os Magriços», de Álvaro Cunhal, ilustrado por Susana Matos

Mas também sobre os Barrigas, «aqueles que tinham muitas coisas, eram donos das terras, das leis e achavam que eram donos das pessoas», observa a sinopse da peça, que conta a história de «um país que era muito amarelo, tão amarelo que os sorrisos eram mais pequeninos que a palma da mão».

«Mas continuámos a caminhar até hoje, ou a correr, e embora já não encontremos tantos pés descalços, ainda há sapatos que se acham melhores que outros, e que até podem pisar alguns pés! Nesta maratona, em que também se sobe e desce, vamos cozinhar uma açorda a várias mãos todos debaixo do mesmo céu e acima do mesmo chão», conclui a sinopse.

O espectáculo tem criação, dramaturgia e interpretação de João M. Mota, Patrícia Paixão e Sara Túbio Costa, que assina também a coordenação de projecto, cenografia e figurinos. A música original é de João M. Mota, o desenho de luz de José Maria Dias e Ricardo Batista, e a ilustração de Paula Moita.

Na Casa da Cultura de Setúbal, Os Barrigas e os Magriços terá seis representações nos dias 15 e 16 de Fevereiro, com sessões às 11h, 15h e 21h30, duas no dia 17 (11h e 21h30) e duas no dia 18 (11h e 16h).

A peça, acrescentou a companhia, terá ainda sessões em escolas, nomeadamente na Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi, em Setúbal, ou no Polo da Ajuda d'A Voz do Operário, em Lisboa. 


Com agência Lusa 

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