No ano em que se celebram os 50 anos da Revolução de Abril, o IndieJúnior será marcado pelo tema da Liberdade, num programa que, segundo os promotores, pretende lançar «um debate alargado, dentro e fora das salas, sobre o lugar da democracia, a sua construção e a execução do projecto de Abril no Portugal de hoje».
Em relação ao cinema, o destaque vai para o «Foco Liberdade», composto por três sessões de curtas-metragens e uma longa-metragem, onde, entre outros, se integram. Uma delas é O Casaco Rosa, de Mónica Santos – curta-metragem de animação sobre Rosa Casaco, agente da PIDE que chefiou a brigada responsável pelo assassinato do General Humberto Delgado; outra intitula-se A Noite Saiu à Rua, de Abi Feijó – uma animação panorâmica sobre uma aldeia dominada pela tirania.
Outros títulos são Balada de um Batráquio, de Leonor Teles – um filme que intervém no espaço real do quotidiano português como forma de fabular sobre um comportamento xenófobo enraízado na nossa cultura; O Cravo e A Liberdade – filme evocativo do 25 de Abril, realizado por alunos da EB 2,3 das Caldas de Taipas e 48, de Susana Sousa Dias – uma longa que parte de um núcleo de fotografias de cadastro de prisioneiros políticos da ditadura portuguesa (1926-1974), para mostrar os mecanismos através dos quais um sistema autoritário se tentou auto-perpetuar.
Será ainda realizada uma sessão especial composta por três curtas-metragens portuguesas: Amanhecer para além da Ponte, Praias de Portugal e O Porto e os Portugueses, que oferecem um contexto de Portugal durante o fascismo do chamado «período marcelista».
No dia 28 de Janeiro, o Batalha Centro de Cinema recebe o filme-concerto «Sons da Liberdade», onde o duo feminino «O Som do Algodão» junta histórias e música, corpo e palavra, num espectáculo em que a exploração sonora e narrativa emolduram a projecção dos filmes Pela Primeira Vez, um documentário de Julio Cortázar sobre a primeira ida ao cinema de um grupo de camponeses, e O Evadido, de Charlie Chaplin.
O Festival contará ainda com um programa paralelo de actividades, chamado Cinema e Liberdade. No Batalha Centro de Cinema, haverá uma «Biblioteca Liberdade», com livros infanto-juvenis seleccionados, uma exposição AbrirAbril, que parte do imaginário das crianças quando pensam na liberdade e nos vários tipos de opressão que a condicionam, para além de conversas informais com público e realizadores, entre outras iniciativas.
A 22 de Janeiro, Mónica Santos orientará um seminário para estudantes do ensino secundário em torno do seu filme e, no dia 26 de Janeiro, terá lugar a conferência «50 Anos Depois», uma reflexão sobre o estado da produção de cinema para infância e juventude.
A programação completa do IndieJúnior 2024 será anunciada no início do próximo mês.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui