Pela voz do seu secretário-geral, o PCP anunciou hoje que vai votar contra o Orçamento do Estado (OE) na generalidade, na próxima quarta-feira. «Face ao quadro de compromissos e sinais dados, o PCP votará contra este Orçamento do Estado», anunciou Jerónimo de Sousa.
O dirigente comunista salientou que Portugal «não precisa de um orçamento qualquer», mas antes de respostas aos problemas «que se avolumam à medida que não são enfrentados», sublinhando que «há condições e meios para lhes responder».
Mais do que aquilo que a proposta contempla, o PCP insurge-se sobre o que nela falta, designadamente o aumento geral dos salários, a revogação da caducidade da contratação colectiva, a valorização das carreiras, a defesa do Serviço Nacional da Saúde (SNS), a estabilidade no emprego e na habitação como forma de promover a natalidade e, entre outras medidas reclamadas pelos comunistas, o combate à pobreza dos idosos.
«Não há futuro para um País baseado em baixos salários», vincou Jerónimo de Sousa, salientando a necessidade de «fazer justiça a quem construiu este País com uma vida inteira de trabalho», com medidas como a eliminação dos cortes das pensões nas longas carreiras contributivas, a construção de uma rede pública de lares e a reforma por inteiro com 40 ou mais anos de descontos.
A par de mais justiça fiscal, os comunistas reivindicam medidas capazes de dinamizar a actividade económica e valorizar a produção nacional, apoiando as micro, pequenas e médias empresas.
«Não é compreensível que, sendo possível dar essa resposta, ela seja adiada, subordinando-a a critérios e opções que secundarizam os interesses dos trabalhadores e do povo e o desenvolvimento do País», frisou Jerónimo de Sousa.
Hoje também, o PAN e as duas deputadas não inscritas anunciaram que se vão abster na votação do OE na generalidade, na próxima quarta-feira. Já ontem, o BE tinha anunciado a intenção de votar contra.
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