|Venezuela

Guaidó aposta tudo em confrontos sob disfarce da ajuda humanitária

Sob o pretexto da«ajuda humanitária», as forças de Juan Guaidó, com a cobertura dos governos de Ivan Duque e Donald Trump, lançaram este sábado uma ofensiva em larga escala em vários pontos da Venezuela.

Forças de segurança e civis na Ponte Internacional Símon Bolívar fogem da tentativa de atropelamento realizada por três elementos afecto a Guiadó
Créditos / RT

A campanha contra a Revolução Bolivariana, promovida pela administração norte-americana, está a culminar hoje naquele que já foi reconhecido como um dia chave pelos protagonistas dos esforços da agressão estrangeira contra a Venezuela.

Depois da fuga de Juan Guaidó para a Colômbia, o início do dia ficou marcado por um ataque «falso positivo» das forças da extrema-direita venezuelana, que roubaram dois carros blindados e romperam pelo cordão de segurança montado junto à Ponte Internacional Símon Bolívar, perto de San Antonio del Táchira.

A agência noticiosa venezuelana Telesur relatou que os «três terroristas infiltrados» procuraram atropelar civis e forças de segurança, tendo no processo ferido com gravidade várias pessoas, entre as quais uma agente venezuelana e uma fotógrafa chilena. Os elementos conduziram depois em direcção à Colômbia.

Ao longo da semana passada, vários alertas sugeriam que o governo colombiano e a administração dos Estados Unidos pretendiam lançar «operações de falsa bandeira» ao longo da fronteira, com elementos paramilitares disfarçados com uniformes da Guarda Nacional Bolivariana, para justificar uma intervenção estrangeira.

Guaidó realizou «show» com camiões colombianos

Ainda pela manhã, às 11h, o autoproclamado presidente Juan Guiadó realizou uma conferência de imprensa junto aos 14 camiões carregados com «ajuda humanitária», acompanhado pelos aliados regionais dos EUA, entre os quais os presidentes do Chile, Colômbia e Paraguai.

Recorde-se que a campanha para a entrada da «ajuda humanitária» na Venezuela está a ser realizada ao arrepio de todas as normas internacionais. Tanto as Nações Unidas como a Cruz Vermelha, habituais organizações no terreno, distanciaram-se da campanha promovida por Juan Guaidó.

Desde então, sem qualquer sucesso, as forças da extrema-direita venezuelana têm concentrado todos os esforços em três pontos da fronteira junto à cidade colombiana de Cúcuta. A Ponte Internacional de Las Tienditas, que nunca foi inaugurada, é uma das passagens visadas.

A ponte internacional Francisco de Paula Santander, entre Cúcuta e Urena, também tem sido alvo de pressões, com os apoiantes de Juan Guaidó a atacarem o cordão de segurança, tendo sido repelidos pelas forças de segurança venezuelanas.

Contrário às informações vinculas por Guaidó, pelo Twitter, de momento nenhum camião passou pela fronteira com o Brasil. Além das investidas nas fronteiras, as forças opositoras têm apelado à moblização para concentrações à porta dos quartéis da militares da Força Armada Nacional Bolivariana.

Milhares em Caracas rejeitam agressão estrangeira

Em oposição, na capital venezuelana, mas também em várias cidades do país, centenas de milhares de venezuelanos responderam ao apelo de Nicolás Maduro para uma grande manifestação «em defesa da paz e da soberania»

«Estou aqui porque vocês são quem decide na Venezuela», disse Maduro, frisando que foi eleito democraticamente. «Eu sou um homem simples, sou um homem de pé: minha escola, bairros, fábricas e trabalhadore. Eu não fiz parte de uma oligarquia ou de uma elite», acrescentou.

A falar para a enorme multidão, o presidente venezuelano rechaçou as agressões promovidas pela administração de Donald Trump, ​​​​​​​realçando que «a Venezuela está mobilizada na ruas de uma ponto à outra» e que este é o «tempo de lealdade à pátria e aos ideais supremos» bolivarianos contra a «ofensiva golpista».

Sobre a situação na fronteira e a chamada ajuda humanitária, Nicolás Maduro frisou que se trata de «um show» patrocinado pelos EUA. «O plano está descoberto. O próprio Donal Trump anunciou-o desde da Casa Branca. É uma intenção de invasão», denunciou, tendo reiterado que os venezuelanos não estão a fazer nada mais que «defender as nossas fronteiras da pátria e o direito a sermos livres».

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