«Hoje inicia-se um novo ano lectivo com um problema crónico nas escolas de falta de pessoal não docente. E por isso estes trabalhadores vão realizar a 4 de Outubro uma luta nacional pela criação de carreiras especiais, que permitirá acabar com a falta de pessoal nas escolas, os baixos salários e precariedade», anunciou o sindicalista Artur Sequeira, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS/CGTP-IN).
Vários sindicalistas da Federação concentraram-se esta quinta-feira em frente ao Liceu Passos Manuel, em Lisboa, onde realizaram uma conferência de imprensa para anunciar esta nova luta nacional dos trabalhadores não docentes.
Artur Sequeira lembrou que a grande maioria dos assistentes operacionais (AO) e dos assistentes técnicos (AT) ganham «pouco mais do que o salário mínimo». Estes trabalhadores vivem em situações de precariedade e por isso têm exigido a criação de uma carreira especial, uma ambição que, segundo Artur Sequeira, foi recusada pela nova equipa do ministro da Educação, Ciência e Inovação (MECI).
«Estivemos reunidos a 3 de Julho no ministério e foi-nos dito que não está no programa do Governo a criação de uma carreira especial para os trabalhadores das escolas, mas para nós essa é uma linha vermelha», contou Artur Sequeira.
O sindicalista diz que a greve é o resultado de plenários que têm sido feitos em muitas escolas, nos quais os trabalhadores têm mostrado «forte adesão a esta forma de luta». No entanto, Artur Sequeira acredita que «o ministro está a tempo de parar esta luta».
Além da criação das carreiras especiais, com a transição dos actuais AO para uma Carreira de Assistentes de Acção Educativa e os AT para uma Carreira de Assistente Administrativo de Administração Escolar, os trabalhadores pedem uma política de aposentação que tenha em conta o desgaste das suas profissões.
A criação de uma nova portaria de rácios de trabalhadores que aumente os funcionários nas escolas é outra das exigências dos sindicatos, que alertam para os efeitos desta carência: direitos dos trabalhadores e qualidade das escolas postos em causa.
Cerca de 1,3 milhões de estudantes do 1.º ao 12.º anos começam, entre hoje e a próxima segunda-feira, as aulas de mais um ano lectivo em que milhares de alunos voltam a não ter professores a todas as disciplinas, em especial na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve.
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