A contraproposta da associação patronal às reivindicações dos trabalhadores foi dada a conhecer ao Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), em mais uma reunião, tida na última quinta-feira. Segundo comunicado do CESP, a APED «insiste em acrescentar» ao contrato colectivo de trabalho (CCT) a possibilidade de contratar trabalhadores com contratos precários por apenas 6 a 12 meses, para dar resposta a necessidades permanentes nas lojas e um regime de banco de horas, com até 150 horas de trabalho anual gratuito.
«Não aceitamos a instituição do banco de horas — no nosso CCT, as horas extra são pagas a dobrar, e devem manter-se assim. Não aceitamos trabalhar até 150 horas por ano sem qualquer pagamento. Há falta de trabalhadores nas lojas e exigimos ter horários que permitam a conciliação entre a vida profissional e familiar», lê-se na nota.
A estas denúncias juntam-se as carreiras profissionais dos operadores de super/hipermercado/loja com valores entre cinco e 25 euros acima do salário mínimo nacional.
«A APED continua a apresentar-nos propostas inaceitáveis, dificultando a negociação deste CCT, que abrange cerca de 150 mil trabalhadores — e bloqueando os aumentos salariais que se impõem», critica o CESP, salientando que «horas depois de nos garantirem que não conseguem aumentar salários, foi anunciado o crescimento dos lucros da Jerónimo Martins, Presidente da APED, em 28,2% para os 756 milhões de euros», em 2023.
«Dinheiro não falta, está é mal distribuído», evidencia o sindicato.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui