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Tem das maiores disparidades salariais entre trabalhadores e Conselho de Administração

EDP e a face visível da precariedade

Trabalhadores são subcontratados à Randstand, apesar de efectuarem trabalho permanente na EDP. Há quem trabalhe nestas condições há 20 anos.

No dia 20 de Junho, mais de 200 trabalhadores dos call centers da EDP manifestaram-se
No dia 20 de Junho, mais de 200 trabalhadores dos call centers da EDP manifestaram-seCréditosCGTP-IN

Existem trabalhadores a assegurar serviços permanentes à EDP desde 1992 sem que tivessem qualquer vínculo a esta empresa, tendo sido sempre subcontratados a empresas de trabalho temporário: CRH durante 19 anos, Tempo Team desde Abril de 2011 e agora Randstad desde Janeiro de 2016.

A EDP é das empresas em Portugal com maior assimetria salarial, se tivermos em conta a diferença entre salários dos trabalhadores e os salários dos membros do Conselho de Administração e de outros altos quadros da hierarquia da empresa.

Num recente estudo da Deco Proteste, era revelado que a liderar a lista dos gestores mais bem pagos em 2015 está António Mexia, presidente da EDP, com 1,8 milhões de euros, um aumento de 58% face ao ano anterior. 

Comparando com 2014, o mesmo estudo dá conta que a disparidade entre o salário do CEO e a média dos salários dos trabalhadores aumentou em 2015 de 27,9 para 44,9 vezes na EDP. 

O salário-base máximo auferido por um trabalhador da Randstad a prestar serviço à EDP é de 655 euros no caso Projeto EDP Portugal e 750 euros no caso do Projeto EDP Espanha. Nestes casos encontram-se os colaboradores que transitaram das várias empresas, incluídos no escalão máximo salarial da empresa. Ou seja, tenha um trabalhador uma antiguidade laboral de três anos ou de vinte (há quem tenha mais de 20 anos de serviço) ganha o mesmo salário de 655 euros. 

Trabalhadores com tarefas permanentes

Estes trabalhadores cumprem todos os dias o seu horário de trabalho nas instalações da EDP, assegurando serviços permanentes da EDP.

Fazem todo o atendimento ao cliente (avarias, contratos, facturação, apoio ao cliente e reclamações e back office) em dois call centers - o do Parque das Nações e o da Quinta do Lambert (cerca de 750 trabalhadores cada um). Estes trabalhadores asseguram toda a comunicação técnica e comercial da EDP, e ainda têm o serviço de gestão da frota da EDP e intermediação de departamentos dos recursos humanos.

De acordo com as informações públicas, o número de trabalhadores não tem sofrido tendência decrescente, pelo contrário, e grande parte dos postos de trabalho existem há mais de uma década, sendo evidente que não correspondem a necessidades temporárias ou transitórias da empresa, ou a qualquer outra situação prevista no Código do Trabalho. Conclui-se assim que o recurso à prestação de serviços para a garantia de necessidades permanentes da EDP representa um recurso ilegal à precariedade.

Alvos de outros problemas

Nesta empresa, são também usados em grande escala contratos de formação-estágio, que executam tarefas iguais aos operadores por um período que pode ir até 4 meses, mas que não anula um mês do período experimental, nem é contabilizado como tempo de serviço para efeitos de antiguidade.

As condições de higiene e segurança no trabalho, segundo os trabalhadores, não são adequadas. Os headsets são comuns pois o material de trabalho que obrigatoriamente deveria ser fornecido pela entidade patronal não o é. Também a limpeza dos equipamentos de trabalho é insuficiente e os ratos e teclados não são suficientemente higienizados.

Na semana anterior, os trabalhadores do call center da EDP cumpriram dois dias de greve por aumentos salariais e melhores condições de trabalho. Estes cerca de 1500 trabalhadores, esmagadoramente mulheres e muitos licenciados, não são aumentados desde 2012 (sendo que à data o aumento foi de apenas 4 euros) e a Randstad recusa-se a responder à proposta de aumento salarial de 30 euros apresentado pelo Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI).

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