«Maior manifestação de sempre em defesa da escola pública»

O relógio marcava 14h30 e uma multidão preencheu a rotunda do Marquês de Pombal para assistir às intervenções que antecederam o desfile até à Praça do Rossio, debaixo de um sol escaldante. Nesse momento, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, sublinhou que se tratava de uma marcha em nome dos maltratos e injuntas acusações de que a escola pública tem sido alvo.

A iniciativa com o lema «unir vozes em defesa da escola pública», juntou mais de 80 mil e de vários pontos do país, desde Trás-os-Montes ao Algarve. Estiveram pais, professores, auxiliares de educação, alunos, reformados e centenas de famílias num imenso desfile para mostrar que a escola pública é de qualidade mas precisa de investimento adequado para poder funcionar.

Em simultâneo, um coro de críticas pela despesa realizada pelo Estado ao contratualizar com os privados em locais onde a escola pública existe e cumpre as necessidades.

Recordando a polémica que se instalou depois da anunciada redução do número de turmas financiadas pelo Estado em colégios privados, a partir do próximo ano lectivo, Arménio Carlos aproveitou para desmistificar a situação.

Na intervenção feita no Marquês de Pombal, o secretário-geral da CGTP-In disse que é preciso combater o «embuste» de que a medida põe em causa todos os colégios. «São 39 que andavam a viver à custa do Orçamento do Estado, ao mesmo tempo que as escolas públicas andavam a ser esvaziadas de financiamento para poderem funcionar», esclareceu.

«Educação pública de todos, a privada é só de alguns», «Duplicar o financiamento é esbanjar o orçamento» e «Dinheiro do Estado não pode ir para o privado», foram algumas das palavras de ordem inscritas nos cartazes empunhados pelos manifestantes.

No final, Mário Nogueira afirmou que «esta foi a maior manifestação de sempre em defesa da escola pública».