Fenprof quer assegurar o «direito a brincar» no 1.º Ciclo e Pré-escolar

Já com as escolas de 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário fechadas para actividades lectivas, os estabelecimentos da Educação Pré-Escolar e de 1.º Ciclo do Ensino Básico continuaram em funcionamento normal até ao final de Junho. Uma opção que, considera a Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN), «não tem qualquer justificação pedagógica, limitando-se a sobrecarregar as crianças e os docentes destes níveis de ensino com tempo excessivo de actividades lectivas».

Este prolongamento do tempo escolar, para além de ocorrer num período de temperaturas muito elevadas (para as quais muitas escolas não estão adaptadas), «serve apenas o interesse de manter as crianças ocupadas, resolvendo problemas de ordem social e de resposta às necessidades das famílias, sem fins verdadeiramente escolares».

A federação sindical exige mais respeito pelo «ritmo de aprendizagem e o direito a brincar». Neste período, as instituições públicas escolares deviam proporcionar «novas soluções de tempo lúdico e de espaços atractivos para brincadeira livre e a socialização». Pelo contrário, a opção do Ministério da Educação e do Governo passa por semanas repletas: «dias com cinco horas lectivas diárias, sem reduções, sem pausas, sem alternativas  ajustadas a esta fase do calendário».

É indispensável a «harmonização do calendário escolar», assegurando que o final das actividades lectivas no 1.º Ciclo e na Educação Pré-Escolar ocorra em simultâneo com os restantes ciclos do ensino básico, considera a Fenprof. «Não há razão para que as crianças mais pequenas, bem como os seus docentes, sejam sujeitos a uma permanência mais prolongada nas escolas, em condições que são cada vez mais adversas».

No passado dia 20 de Junho, a Fenprof solicitou ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação a abertura de um processo negocial sobre a organização do próximo ano lectivo, na qual incluirá a questão do calendário do 1.º Ciclo e Pré-escolar.