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|custo de vida

Presidente da República aponta para o óbvio, mas omite o estrutural

Questionado pela comunicação social sobre a crescente onda de manifestações contra o aumento do custo de vida, o Presidente da República optou por dizer que o Governo poderá ter que ponderar «ajudas sociais complementares», omitindo aumentos nos salários.

CréditosMANUEL DE ALMEIDA / POOL / Agência Lusa

Decorreu ontem  a manifestação do movimento Vida Justa, mas nos últimos meses várias têm sido as acções concretas à porta das empresas ou convergentes nas ruas de todo o país, onde são exigidos aumentos dos salários e fixação de preços. As causas são simples: uma inflação galopante e a leitura clara, por parte de quem trabalha, que está a produzir riqueza (veja-se o aumento do PIB), mas que esta está a ir para os bolsos de uns poucos.  

As reivindicações são claras e além de paliativos, o Governo continua a recusar as respostas necessárias aos problemas do país. Parece haver dois países, o país das conferências de imprensa e apresentações do Governo e um país onde quem trabalha vê-se a empobrecer. 

Questionado sobre as mais recentes manifestações, o Presidente da República, à entrada da cerimónia de celebração dos 140 anos da Voz do Operário, disse que Use as «é a insatisfação própria de quem enfrenta uma situação que tem custos». Marcelo Rebelo de Sousa fez ainda uma avaliação certeira para a causa de tanta insatisfação: «em geral, para a sociedade, o grande custo é a inflação, é a subida do custo de vida, a subida dos preços, e ao mesmo tempo não ser acompanhado, obviamente, pelos rendimentos e pelos salários». 

Mesmo considerando que as manifestações são «legítimas», admitindo que os sinais económicos «não são tão positivos quanto se esperaria» e fazendo uma boa avaliação da origem dos problemas, o Presidente da República opta por nunca colocar no aumento geral dos salários ou na fixação de preços a via para satisfazer quem se manifesta por uma vida melhor. Para o Presidente, dada a situação, poderá ser necessário o Governo «ter de proceder a uma reponderação de ajudas sociais complementares, se for necessário dentro de um mês, dois meses, três meses». 

Ou seja, confirmando-se que os problemas estão longe de ser temporários, confirmando-se que tais questões são cada vez mais estruturais, o Presidente da República partiu para a recomendação de mais um paliativo, ao invés de uma resposta também ela estrutural. 

Para já estima-se que nos próximos meses a situação poderá não normalizar já que a inflação, apesar de ter abrandado, contínua a níveis elevados e não se verifica uma estabilização de preços, além dos vários juros continuarem a aumentar por iniciativa do BCE.

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