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ANA Aeroportos: qualidade de gestão, o tanas!

Nos últimos 10 anos antes da privatização, a ANA investiu 114,4 milhões de euros por ano em média. Nos 10 anos seguintes à privatização a empresa investiu 52,2 milhões de euros por ano em média.

CréditosJoão Relvas / Agência Lusa

Saúde-se, registe-se e guarde-se a capa do Público desta quarta-feira. Dois dados objectivos são de destacar, por um lado, o reconhecimento de que a ANA foi vendida por 1,2 mil milhões de euros e não pelos 3,08 mil milhões que o PSD disse ao país e a comunicação social repetiu anos a fio, como por exemplo o fez o referido Público, em artigo de 27 de Dezembro de 2012, «Vinci paga 3080 milhões de euros para comprar a ANA». Por outro lado, a informação de que a Vinci embolsou em 10 anos mais do que pagou pela ANA, e ainda tem mais 40 anos de concessão para continuar a embolsar.

«(…) a Vinci embolsou em 10 anos mais do que pagou pela ANA, e ainda tem mais 40 anos de concessão para continuar a embolsar»

Quer uma coisa quer outra foram denunciadas (uma) e prevista (outra) logo em 2012, e não são novidade para os leitores do AbrilAbril, pois já foram aqui tratadas em vários artigos de opinião e editoriais, como «Privatização da ANA: Continua o assalto!», «Os números ruinosos da privatização da ANA» ou «Crise na Portela tem responsáveis».

Mas esta malta não anda a dormir, mesmo tendo passado quase 10 anos a ignorar as denúncias e os alertas feitos sobre a privatização da ANA, e se reconhecem os dois factos acima expostos, logo vem a explicação, dada em subtítulo «ANA explica resultado com qualidade de gestão».

Ora acontece que também sobre isso já se escreveu no AbrilAbril, com base em dados que são públicos, mas que não estão ainda, acreditemos, no Público. Dissemos então: «Aqueles que tiverem as mentes completamente torradas pela ideologia neoliberal, e até aqueles onde a ideia das virtudes da concorrência ainda só penetrou discretamente, tal como o bichinho na maçã, estarão agora a pensar que esse aumento de lucros foi obtido graças às extraordinárias qualidades dos gestores privados e da gestão privada. Mas não. Cada razão para se ter aumentado o lucro é uma faceta do crime contra o povo português. Vamos dar alguns exemplos.»

O primeiro exemplo então dado, e que hoje é mais actual que nunca, é o do desinvestimento. Veja-se o quadro no já citado «Privatização da ANA: Continua o assalto!»

Nos últimos 10 anos antes da privatização, a ANA investiu 114,4 milhões de euros por ano em média. Nos 10 anos seguintes à privatização a empresa investiu 52,2 milhões de euros por ano em média. São 622 milhões de euros a menos em 10 anos!!! Só isto explica muito da tal «gestão de qualidade»: uma gestão que deixou de investir nos Aeroportos nacionais, que continua a não querer investir e, por isso, vai alimentando todas as polémicas para se poder manter na Portela.

«(…) a qualidade do Aeroporto de Lisboa caiu a pique, estando hoje posicionado como um dos piores da Europa na apreciação dos seus utilizadores (…). Gestão de qualidade? Haja vergonha!»

Os outros exemplos, são: de como a ANA passou a espremer os utilizadores dos aeroportos, nomeadamente passageiros, companhias aéreas e empresas prestadoras de serviços; os aumentos das taxas aeroportuárias, sempre superiores a 30%, mas que atingem os 230%; as rendas e os alugueres a disparar, incluindo nos parques de estacionamento; a exploração a aumentar, com o número de trabalhadores a ser reduzido apesar do crescimento da operação (entre 2012 e 2022, os passageiros passaram de 30,5 para 55,7 milhões, e os trabalhadores do Grupo ANA passaram de 3056 para 2393, e os trabalhadores da ANA de 1387 para 1136).

Como consequência, a qualidade do Aeroporto de Lisboa caiu a pique, estando hoje posicionado como um dos piores da Europa na apreciação dos seus utilizadores. Entretanto, trabalham afanosamente para atrasar, adiar e, se possível, impedir a construção do Novo Aeroporto de Lisboa.

Gestão de qualidade? Haja vergonha! Deixar de investir, pagar mal e aumentar os preços, para mais quando se gere um monopólio, é boa gestão, porquê?

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