A jornalista palestiniana Shireen Abu Akleh, atingida com um disparo na cabeça pelo Exercito israelita na passada quarta-feira, quando cobria um raide das forças israelitas em Jenin, no Norte da Cisjordânia ocupada, foi uma das últimas vítimas de Israel, que nos últimos meses intensificou agressões, torturas, prisões e assassinatos indiscriminados ao povo palestiniano. Desde o ano 2000, mais de 50 jornalistas palestinianos foram mortos por Israel enquanto faziam seu trabalho.
Durante as cerimónias fúnebres da correspondente da Al-Jazeera, o exército israelita espancou deliberadamente os presentes, mesmo aqueles que seguravam o seu caixão enquanto este era carregado para a igreja.
«Até quando estas acções de Israel ficarão impunes? Por quanto tempo o mundo ficará parado enquanto Israel pratica os seus crimes com total impunidade?», indaga a comunidade palestiniana em Portugal num apelo à participação na concentração desta tarde, contra os «horrores da ocupação da Palestina por Israel, à contínua desapropriação e limpeza étnica do povo palestiniano e a décadas de impunidade».
Para que a comunidade internacional «acabe com sua cumplicidade e silêncio, devemos unir-nos e exigir justiça para a Palestina e que Israel seja responsabilizado por todos estes crimes», lê-se no documento.
Que posição tomou a Comissão Europeia?
Na sexta-feira, dia das cerimónias fúnebres de Shireen Abu Akleh, o deputado do PCP no Parlamento Europeu endereçou uma pergunta à Comissão, no sentido de averiguar a posição tomada face aos assassinatos de jornalistas por parte de Israel e à escalada de agressão contra o povo palestiniano.
«Que medidas está a tomar no quadro das relações com Israel e do respectivo acordo de associação (tendo em conta a respectiva cláusula de suspensão), na sequência destes acontecimentos que confirmam uma grave e reiterada violação de direitos humanos por parte de Israel?», acrescenta João Pimenta Lopes no documento dirigido à Comissão Europeia.
Em 2021, segundo a agência WAFA, foram registadas 384 situações de abuso por parte das forças israelitas contra jornalistas que trabalhavam nos territórios ocupados da Palestina.
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