A iniciativa é promovida pelas Movimento em Defesa do Rio Mondego (MUNDA), pela Associação Ambiente em Zonas Uraníferas (AZU), pelo núcleo de Viseu da Olho Vivo – Associação para a Defesa do Património, Ambiente e Direitos Humanos, pelo núcleo de Viseu da Quercus e pela Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela (ASE).
A barragem da Aguieira, onde se realiza a concentração, situa-se no rio Mondego, entre os municípios de Penacova e de Mortágua, e é um importante instrumento para a produção e fornecimento de energia hidroeléctrica, a irrigação agrícola e o controlo de cheias na chamada região do Baixo Mondego.
Os ambientalistas dos distritos de Coimbra e Viseu pretendem, desta forma, assinalar o Dia Mundial dos Rios, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que se realiza desde 2005 no último domingo de Setembro para destacar o valor incomensurável dos rios de todo o mundo e promover a sua preservação, em particular no contexto das alterações climáticas.
Pretendem também sensibilizar as autoridades e a opinião pública para a preocupante situação de degradação da bacia hidrográfica do rio Mondego, que se traduz em «agressões à boa qualidade da água dos rios e linhas de água», com «implicações na saúde humana e na fauna e flora adjacentes», dando como exemplo a persistência de descargas ilegais industriais, tanto no Mondego como nos seus afluentes; a destruição das galerias ripícolas [vegetação nas margens dos rios, N.R.] com a consequente perda de biodiversidade; a silvicultura intensiva e outras ocupações indevidas; e a destruição de acessos, como caminhos públicos para a prática da pesca e da actividade balnear e de lazer».
Em comunicado assinado pela MUNDA e pela AZU, os ambientalistas defendem «uma gestão integrada e sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Mondego, que confira autonomia de gestão e financeira à Região Hidrográfica hoje excessivamente centralizada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA)» e pronunciam-se contra a «nefasta a gestão privada das barragens», entre as quais a barragem da Aguieira, que apenas privilegia o lucro dos seus proprietários à custa do interesse público, como aconteceu durante as cheias do Mondego em Coimbra, em 2016, que um relatório da Ordem dos Engenheiros (OE) concluiu «poderiam ter sido evitadas ou minimizadas se, no caso, a EDP tivesse cumprido as normas de exploração da albufeira da aarragem da Aguieira, conforme, aliás, foi denunciado por autarquias locais e pela Direcção Regional de Cultura do Centro.
Encontro/Debate sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Mondego
Na sequência da acção de hoje, o MUNDA realizará dentro de um mês, no próximo dia 28 de Outubro, um encontro/debate em Penacova, pelas 15 horas, com o apoio da Câmara Municipal de Penacova, «com o objectivo de construir convergências e posicionamentos de todos quantos se preocupam com a água, os rios e, mais concretamente, com os graves problemas que afectam a Bacia Hidrográfica do Rio Mondego».
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