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|Educação

Ameaça de encerramento de escolas em Seia

Fecham-se as escolas porque têm poucos alunos e as urgências dos centros de saúde porque os doentes são poucos. É a consagração da tese «se não existir nada, então justifica-se que nada exista».

Actividade com crianças do Pré-Escolar na Biblioteca Escolar da EB Dr. Abranches Ferrão, concelho de Seia
Actividade com crianças do Pré-Escolar na Biblioteca Escolar da EB Dr. Abranches Ferrão, concelho de SeiaCréditosFonte: Mil Leituras (Rede de Bibliotecas Escolares e Municipais de Seia)

O Presidente da Câmara Municipal de Seia, em recente entrevista à comunicação social, anunciou o encerramento do Jardim de Infância de Carvalhal da Louça e ameaçou encerrar 6 escolas do 1º Ciclo e outros 4 Jardins de Infância.
Segundo as declarações do Presidente da Câmara Municipal, estarão em risco as Escolas de Sabugueiro (com seis alunos), Torroselo (com nove), Loriga (com 12), Sandomil e Santa Marinha (com 13) e Paranhos da Serra (com 14) e os Jardins de Infância de Torroselo (com três), São Martinho (com quatro), Santa Marinha (com dois), Carvalhal da Louça e Sabugueiro (com três).

Num momento em que tanto se fala na necessidade de corrigir as assimetrias entre o Interior e o Litoral e a necessidade de desenvolvimento do Interior, o cumprimento desta ameaça significará menos serviços de proximidade, menos postos de trabalho, piores condições de vida para as populações e aumento do tempo em que as crianças estão afastadas da família.

Fecham-se as escolas porque têm poucos alunos, fecham-se as urgências dos centros de saúde, porque são poucos os doentes que as utilizam, acabam-se com carreiras dos transportes públicos de passageiros em alguns lugares porque não dão lucro. É a consagração da tese “se não existir nada, então justifica-se que nada exista”.

Registe-se que as medidas anunciadas desafiam o próprio Plano Estratégico da Câmara Municipal de Seia, o qual se refere de uma forma positiva a cobertura de escolas do Ensino Básico num concelho em que «os níveis de instrução da população residente se apresentam tendencialmente baixos», em que 16% da população «não sabe ler nem escrever», 15% «sabe ler e escrever sem possuir qualquer grau de ensino» (31% no total) e «apenas 33%» possui «o 1º ciclo do ensino básico».

A concretizarem-se, essas medidas vão contribuir, na esmagadora maioria dos casos, para o desaparecimento do único polo cultural da freguesia, para promover o abandono do concelho por casais jovens e seus filhos – que procurarão outras regiões para viverem – e para interromper o diálogo intergeracional fundamental para manter a identidade cultural de um povo.

A CDU condenou as declarações e anunciou que irá bater-se contra estas opções do Presidente da Câmara, eleito pelo Partido Socialista, e do Ministério de Educação, apelando à luta da população, dos pais e profissionais da educação para impedir a concretização de medidas que, além de afrontarem o direito constitucional de igualdade nas oportunidades no acesso à educação e ao sucesso escolar, desprezam os direitos dos alunos, pais e professores, e contribuem para a aceleração da desertificação humana no interior do concelho de Seia, com todas as consequências negativas que tal processo sobejamente acarreta.

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