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Três trabalhadores rurais sem-terra assassinados em menos de uma semana

No sábado, dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram assassinados no estado da Paraíba. No dia 5, foi executado um outro em Pernambuco, também no Nordeste do Brasil.

A Associação Juízes para a Democracia (AJD) considera que a CPI do MST é um ataque à democracia 
O MST nasceu há 39 anos, lutando pela democratização da terra no Brasil Créditos / Brasil de Fato

Um homem e uma mulher foram atingidos a tiro, no acampamento Quilombo do Livramento Sítio Rancho Dantas, organizado pelo MST. O crime ocorreu por volta das 15h30 do último sábado, no município de Princesa Isabel, no Sertão da Paraíba.

«É com extrema indignação e exigindo justiça que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Paraíba denuncia os assassinatos de Ana Paula Costa Silva e Aldecy Viturino Barros e pede celeridade nas investigações da polícia junto à Secretaria de Segurança Pública do Estado», afirma em nota o MST.

Ana Paula Costa Silva era acampada, tinha 29 anos e três filhos. Aldecy Viturino Barros, com 44 anos e dois filhos, era o coordenador do acampamento. De acordo com o testemunho de moradores, os criminosos disseram que o coordenador tinha de assinar um documento.

Foram encontrar Aldecy a arranjar o telhado da casa de Ana Paula, em cima de uma escada. Antes que pudesse descer, efectuaram vários disparos contra ele, que teve morte imediata. Ana Paula, atingida também no ataque, ainda foi levada para um hospital, mas não resistiu.

O caso está sob investigação da Polícia Civil da Paraíba e o MST exige o apuramento cabal dos factos, assim como a prisão dos criminosos.

«Enquanto movimento, reafirmamos a nossa luta contra toda forma de violência. Aos nossos mortos nenhum segundo de silêncio, mas uma vida toda de luta», lê-se na nota.

Assassinato em Pernambuco

No domingo anterior, dia 5, Josimar da Silva Pereira, agricultor, acampado e membro do MST, foi assassinado na cidade de Vitória de Santo Antão (estado de Pernambuco), onde morava.

O camponês, de 30 anos, foi atingido a tiro na nuca e nas costas quando se dirigia de moto para o Acampamento Francisco de Assis, onde trabalhava na irrigação do plantio de arroz orgânico.

Josimar da Silva Pereira, Aldecy Viturino Barros e Ana Paula Costa Silva, agricultores e acampados do MST, foram assassinados no espaço de uma semana em dois estados do Nordeste do Brasil / MST

Embora a autoria e a motivação do assassinato sejam desconhecidas, sabe-se que Josimar participava na luta pela desapropriação do Engenho São Francisco, onde o acampamento está localizado há 29 anos, sendo uma das ocupações mais antigas do MST no estado nordestino.

A longa disputa pela área fez com que o caso entrasse na Comissão de Conflitos Agrários do estado de Pernambuco antes ainda do assassinato de Josimar.

Segundo indica o MST, a coordenação do acampamento está a ser «acompanhada pelo programa estadual de protecção e defesa de defensores dos direitos humanos, devido às graves violações de direitos que estão ocorrendo na área».

Para o movimento, assiste-se no momento a uma escalada da violência ruralista «contra acampados e assentados em todos os estados brasileiros», o que se deve à inacção do Estado e à falta de cumprimento da lei da reforma agrária.

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