Esta pode ser a primeira loja da Starbucks a ter trabalhadores sindicalizados, representando o início de trabalho com direitos na popular rede de cafés, com 50 anos de história.
A agência federal para as relações laborais (NLRB, na sigla em Inglês) informou que o resultado da votação tinha sido de 19 a favor a oito contra em um dos três estabelecimentos de Buffalo. Um segundo estabelecimento rejeitou a criação do sindicato por 12 votos contra oito. Os votos ainda estão a ser contados no terceiro.
Os trabalhadores dos três estabelecimentos começaram a votar por correspondência no mês passado se queriam ser representados pelo Workers United, filiado no Service Employees International Union. Espera-se agora que a decisão se repercuta nas restantes 8953 lojas da Starbucks nos EUA, bem como entre os trabalhadores de pastelarias e restaurantes em geral, que estão entre os menos sindicalizados naquele país.
Um dos organizadores do movimento, Casey Moore, que tem trabalhado na Starbucks na área de Buffalo, queixou-se da falta de direitos com que os trabalhadores estão confrontados. «Não temos qualquer palavra a dizer [...], com um sindicato vamos ser capazes de nos sentar à mesa e dizer "queremos isto"», realçou.
A gigante Starbucks, assim como outras redes de fast food, têm sido confrontadas com denúncias de baixos salários e jornadas de trabalho abusivas, com os trabalhadores a reivindicarem mais formação e melhores salários, designadamente para os que têm mais anos de casa.
O grupo norte-americano sempre se opôs à sindicalização dos seus trabalhadores, argumentando que os seus oito mil estabelecimentos nos EUA funcionam melhor quando lida directamente com os seus funcionários, a quem designa por «parceiros».
Desta vez, para evitar que os trabalhadores de Buffalo optassem pela sindicalização anunciou, horas antes da votação, que reajustaria o salário inicial na empresa para 15 dólares a hora e também aumentaria os salários dos contratados há mais de dois anos, além de fazer mudanças na sua formação e horário de trabalho. A iniciativa mereceu uma queixa dos trabalhadores de Buffalo à NLRB, acusando a direcção da empresa de tentar intimidar e ameaçar os funcionários.
Uma das tentativas de intimidação denunciada foi a visita pessoal da vice-presidente da Starbucks e de outros executivos à loja de Buffalo, em Setembro, a pretexto de quererem ver as condições de trabalho dos «parceiros».
Muitos empregados na zona de Buffalo trabalham em mais do que um estabelecimento, conforme a procura e a vontade da Starbucks, que quer continuar a ter a liberdade de os movimentar entre estabelecimentos.
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