Num ano em que o preço dos combustíveis escalou acima dos dois euros por litro, com aumentos semanais na ordem dos 20 cêntimos por litro, e sem uma intervenção estatal dedicada a controlar margens ou o preço dos produtos, apesar das dificuldades impostas aos portugueses pela subida generalizada dos preços de bens e serviços, as petrolíferas apresentam lucros em alta.
Depois de, no início da semana, a Galp ter anunciado 608 milhões de lucro nos primeiros nove meses do ano, valor que corresponde a uma subida de 86%, hoje é a vez de a Repsol revelar, através de comunicado, que obteve lucros de 3222 milhões de euros, numa subida de 66,2% face a 2021, que a empresa justifica com o aumento do preço dos hidrocarbonetos (componentes do petróleo).
Recorde-se que o preço praticado pelas gasolineiras não é definido através do petróleo comprado a determinado momento, mas sim de uma avaliação especulativa. Na prática, é estipulado pelo índice Platts da Praça de Roterdão, através da cotação definida por uma consultora privada não regulada e sem qualquer escrutínio.
A petrolífera espanhola informa que o resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) quase duplicou, com um aumento de 94,5% em relação ao mesmo período do ano passado, situando-se em 10 863 milhões de euros. A liquidez do grupo, presente em Portugal, aumentou para 12 426 milhões de euros no final de Setembro.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui