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|Palestina

Forças israelitas invadem o maior hospital de Gaza

Ao cabo de seis dias de assédio, o Exército israelita invadiu o Hospital al-Shifa, num contexto de grave situação humanitária no interior do complexo, devido a falta de medicamentos, energia e combustível.

Zona bombardeada pelas forças israelitas em Gaza (imagem de arquivo) 
Créditos / euromedmonitor.org

Segundo referiu o correspondente da agência Wafa, que se encontra no interior do maior complexo hospitalar da Faixa de Gaza, as forças de ocupação entraram pelos novos edifícios de cirurgia e de emergências, onde estavam presentes pacientes e pessoal médico.

As forças invasoras efectuaram buscas em diversas zonas, no meio de intensos disparos, já que os franco-atiradores israelitas se encontram colocados em redor das instalações hospitalares, explicou.

Actualmente, indica a Wafa, cerca de 650 doentes, 500 trabalhadores e entre 4000 e 5000 refugiados encontram-se no hospital, que está há vários dias inoperacional por falta de combustível e medicamentos.

De acordo com a fonte, dezenas de pessoas, incluindo pacientes nos cuidados intensivos e e bebés prematuros, morreram ali devido a falta de oxigénio, na sequência do bombardeamento israelita da central eléctrica e do fim do combustível.

«Não há resistência dentro do hospital»

O jornalista Jihad Abu Sheib, que se encontra dentro do complexo hospitalar, disse à Al Jazeera, esta manhã, que «as forças israelitas tentaram matar toda a gente que se movesse lá dentro». «Ninguém fez nada. Não há qualquer tipo de resistência no interior do hospital», afirmou.

«Algumas reportagens norte-americanas dizem que há uma rede de túneis dentro do hospital. Isto não é verdade de todo», acrescentou.

«As pessoas estão assustadas e são brutalmente interrogadas»

O jornalista disse ainda à Al Jazeera que as pessoas dentro do hospital «estão assustadas, são brutalmente interrogadas e são humilhadas».

Pelo telefone, falou de «um pesadelo que não se pode imaginar» e afirmou que, «antes de invadirem o complexo, [as forças israelitas] atingiram todos os andares, os geradores, a unidade de comunicações, e agora não temos qualquer contacto com mundo exterior».

Os disparos das forças de ocupação ocorreram toda a noite, até de manhã, quando o complexo foi invadido.

Grupo de defesa dos direitos humanos alerta para «montagem» israelita

«O Exército israelita controla completamente a cena dentro do hospital, sem observadores neutros, levantando dúvidas sobre qualquer história sobre a suposta actividade militar do Hamas que possa ser divulgada posteriormente», disse o Monitor Euro-Mediterrânico dos Direitos Humanos, citado pela Al Jazeera.

«Quanto mais tempo o Exército passar dentro do complexo, mais isso significa que pode estar a "preparar um cenário artificial"», alertou.

Ministério da Saúde com dificuldade em actualizar o número de vítimas

Devido ao colapso das comunicações com os hospitais no Norte do enclave, a pasta palestiniana da Saúde afirmou ontem que, pelo terceiro dia consecutivo, tinha sérias dificuldades em actualizar o registo de vítimas mortais e de feridos.

Com os dados disponíveis, o Ministério revelou que, desde o início da agressão israelita, foram mortos 11 451 palestinianos na Faixa de Gaza e na Margem Ocidental ocupada, e que 31 700 ficaram feridos.

Destes, 11 255 foram mortos no enclave costeiro, incluindo 4630 crianças e 3130 mulheres. O número de feridos é superior a 29 mil e o de desaparecidos ronda os 3250.

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