Num comunicado emitido por ocasião do segundo aniversário da guerra de agressão genocida, perpetrada pela ocupação israelita, contra a Faixa de Gaza, a Sociedade do Crescente Vermelho Palestiniano (SCVP) revelou que 29 dos seus trabalhadores foram ali mortos no desempenho das suas funções, que levavam a cabo «em duras circunstâncias».
Isto, num contexto em que a ocupação atingiu directamente alguns dos funcionários, «sem qualquer respeito pelo seu trabalho humanitário ou pelo símbolo internacionalmente protegido do Crescente Vermelho».
Entre os que foram mortos, encontravam-se dois paramédicos que tentavam salvar a criança de cinco anos Hind Rajab e a sua família, em Janeiro deste ano.
Noutra ocasião, em Março de 2025, oito paramédicos foram mortos e enterrados sob os escombros, juntamente com as suas ambulâncias.
A SCVP acrescentou que, ao longo destes dois anos, vários dos seus hospitais, centros de saúde e outras instalações tiveram de fechar portas, na sequência dos extensos danos causados pelos bombardeamentos israelitas e das ordens de evacuação.
O texto destaca ainda o «nível chocante» do sofrimento padecido pelos habitantes na Faixa de Gaza, «com o cheiro a morte em cada esquina e os escombros de casas, escolas, estradas e outras infra-estruturas civis destruídas a dominarem a paisagem».
Em Gaza, afirma o Crescente Vermelho, o acesso à ajuda humanitária continua severamente restringido, enquanto as famílias lutam para encontrar abrigo, comida e água potável.
As equipas humanitárias e médicas, incluindo os voluntários e trabalhadores do organismo, continuam a prestar ajuda vital «nas condições mais perigosas, onde o direito internacional humanitário é desrespeitado diariamente».
«Enquanto nos debatemos com uma grave escassez de combustível, medicamentos e bens essenciais, […] prosseguimos com os nossos esforços para chegar aos necessitados e aos afectados na Faixa de Gaza», acrescentou a organização.
No documento, citado pela agência Wafa, o Crescente Vermelho Palestiniano expressou ainda «profunda preocupação e desapontamento com o falhanço da comunidade internacional em acabar com esta catástrofe humanitária que os civis palestinianos enfrentam».
Neste sentido, Younis al-Khatib, presidente do organismo, sublinhou que «é tempo de o mundo acabar com a matança na Faixa de Gaza, acabar com esta destruição sem sentido», para que «a humanidade, a justiça e a dignidade prevaleçam na Palestina».
Destruição do sistema de saúde e morte
De acordo com as autoridades de saúde em Gaza, desde Outubro de 2023 até ontem, pelo menos 67 173 palestinianos foram mortos pelos ataques da ocupação, enquanto 169 780 ficaram feridos. Entre as vítimas mortais, contam-se pelo menos 20 179 crianças.
As mesmas fontes revelaram que o genocídio em curso provocou a morte de pelo menos 1701 trabalhadores da saúde – havendo outros 362 detidos ou desaparecidos.
Além disso, 25 de 38 hospitais ficaram inoperacionais; os 13 que ainda funcionam fazem-no de forma parcial e com dificuldades extremas.
A ocupação destruiu também 103 unidades de cuidados primários de saúde (54 funcionam parcialmente).
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