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Uma semana com a cultura da Palestina

A Palestina no cinema, na pintura e em debate. Esta semana, entre Lisboa e Sintra.

<em>Quando a família é o único abrigo</em> (2021). Óleo sobre tela de Malak Mattar (n. 1999)
Quando a família é o único abrigo (2021). Óleo sobre tela de Malak Mattar (n. 1999)CréditosMalak Mattar / Facebook

No domingo, 13 de de Novembro, entre as 12h e as 18h, no âmbito do festival LEFFEST 2022, é inaugurada no MU.SA - Museu das Artes de Sintra, a exposição Arte entre Ruínas: Sublimação Artística na Faixa de Gaza, da artista palestiniana Malak Mattar (n. 1999).

A exposição, que segundo o LEFFEST é «povoada pelas palavras poéticas e pinturas» da artista, que envolvem o espectador «no tenso ambiente da Faixa de Gaza», permanecerá permanecerá no MU.SA - Museu das Artes de Sintra, até 29 de Janeiro de 2023.

Nascida naquela região, «uma das mais conturbadas e policiadas mundialmente», Malak Mattar começou a pintar aos 13 anos mas foi em 2014, quando foi forçada a ficar em casa, durante uma das mais longas e destrutivas operações do exército israelita em Gaza, que lhe surgiu, segundo o site Artnet, a «necessidade imperiosa de libertar todas as suas emoções reprimidas».

Impossibilitada de deixar Gaza, devido ao bloqueio israelita, a jovem artista divulgou nas redes sociais uma obra imediatamente reconhecida como de «surpreendente originalidade».

«As figuras palestinianas que compõem as suas telas – maioritariamente mulheres de olhar expressivo e penetrante – criam, ainda assim, composições de um afecto familiar, numa palete de cores quentes e símbolos de paz e harmonia natural», escreve-se no programa do LEFFEST, que também define o trabalho de Malak Mattar como «uma dicotomia de inquietante isolamento e simultânea esperança de uma conciliação pacífica».

Nas palavras da artista, ela «não pinta apesar da guerra e ocupação; [mas sim] por causa dessa guerra e ocupação». Em diálogo com o programa «Romper as Grades» do LEFFEST 2022, o trabalho de Malak expõe a injustiça aprisionante que envolve os habitantes de Gaza e a «libertação» ambicionada pela sua prática artística.

No contexto do mesmo programa, realiza-se, também em Sintra, na quarta-feira, dia 16 de Novembro, pelas 20h30, no Auditório Acácio Barreiros do Centro Cultural Olga Cadaval, a conversa-debate «Faixa de Gaza, Prisão a Céu Aberto?», com a participação de Malak Mattar e do realizador palestiniano Kamal Aljafari.

Em debate estará «a importância e as dificuldades da criação artística num país sob controle colonial», num território em que «as estratégias de controlo coloniais [...] são muito similares – ou idênticas – às estratégias de controlo dentro das prisões».

«Ser pintor em Gaza é esperar a morte a qualquer momento, sabendo que as tuas pinturas viverão para sempre; é procurar a segurança das tuas pinturas, antes sequer da tua própria. É carregar a dor dos que te rodeiam, desde que acordas até adormeceres; é encontrar escapatória através das tinta e papel cuja entrada quase não é permitida pela ocupação. É pintar a ansiedade, isolamento e alegria nas faces das pessoas que te rodeiam, exaustos do cerco e da guerra», afirmou Malak Mattar.



Em Lisboa, filmes e debate

Na quinta-feira, dia 17 de Novembro, pelas 14.30 horas, é exibido na sala 3 do cinema São Jorge o filme Erasmus em Gaza (Espanha, 2021), de Chiara Avesani e Matteo Delbò.

O filme, incluído na programação do festival «Olhares do Mediterrâneo», cuja 9.ª edição decorre em Lisboa entre 14 e 20 de Novembro, conta a história de um estudante italiano do último ano do curso de medicina, que quer ser cirurgião e prepara uma tese sobre ferimentos causados por balas explosivas, e decide fazer o Erasmus numa zona de guerra. Ao passar a fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, atravessará também a fronteira entre a adolescência e a vida adulta.

No mesmo dia e local, mas na sala 2, pelas 16h, ocorrerá o debate «Palestina: Quotidianos e Resistências», com a participação de Antónia Pedroso de Lima (OM, CRIA/ISCTE-IUL), Carlos Almeida (Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente; CH ULisboa), Dima Mohamed (IFILNOVA/NOVA FCSH) e Giullia Daniele (CEI-ISCTE).


Ainda a 17 de Novembro, no cinema City Alvalade, estreia o filme Gaza, Meu Amor, realizado pelos irmãos Tarzan e Arab Nasser (Palestina).

O Algarve proporcionou os locais para as filmagens das cenas situadas nas praias e no mar de Gaza, interditados pelo bloqueio israelo-egípcio. Além de Portugal, o filme teve produção em França, Alemanha, Palestina e Qatar.

Depois de seleccionado para a secção Horizonte do Festival de Veneza (2020), o filme foi no mesmo ano exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto, onde ganhou o Prémio NETPAC.

A acção decorre em Gaza, nos dias de hoje. O pescador Issa, de sessenta anos, está secretamente apaixonado por Siham, uma mulher que trabalha no mercado com a sua filha Leila. A descoberta de uma antiga estátua fálica de Apolo, nas suas redes de pesca, irá mudar a sua vida para sempre.

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