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|Sugestões culturais

O público e o privado na arte

O corpo e o público/privado na arte. Exposições no Centro de Artes de Sines, da artista romena Sabina Dragomir, na Galeria Augusto Cabrita, «Alcarte 2020» e no Centro de Memória de Vila do Conde.

Ângela Ferreira, «Marquise»,1993-2006, alumínio, plexiglas, PVC e zinco (duas fotografias montadas em alumínio, 40cm x 50cm cada). Exposição «Público/Privado – Doce Calma ou Violência Doméstica?» no Centro de Artes de Sines, até 18 de Outubro de 2020
Ângela Ferreira, «Marquise»,1993-2006, alumínio, plexiglas, PVC e zinco (duas fotografias montadas em alumínio, 40cm x 50cm cada). Exposição «Público/Privado – Doce Calma ou Violência Doméstica?» no Centro de Artes de Sines, até 18 de Outubro de 2020 Créditos / Fundação de Serralves

O Centro de Artes de Sines1 é um projeto de arquitetura do Atelier Aires Mateus & Associados, situado no centro histórico de Sines, que foi inaugurado em 2005. O Centro de Exposições do CAS tem atualmente na sua programação uma exposição coletiva que tem como título «Público/Privado – Doce Calma ou Violência Doméstica?», com curadoria de Miguel Sousa Ribeiro, que pode ser visitada até 18 de outubro de 2020.

No texto de Miguel Sousa Ribeiro, o curador desta exposição, pode ler-se que «o estatuto Público/Privado está patente nesta seleção e várias são as obras que nos remetem para este assunto, como a dicotómica obra de Fernanda Fragateiro «Público/Privado, Doce Calma ou Violência Doméstica»2, obra que serviu de referência para o título da exposição, a que foi acrescentado um ponto de interrogação, “pois num conjunto de obras tão alargado”, escreveu ainda Miguel Sousa Ribeiro, «mais do que afirmar queremos questionar e possibilitar a subjetividade individual de respostas». Nesta exposição participam 24 artistas, Ângela Ferreira, Brígida Mendes, Carlos Bunga, Catarina Botelho, Cecília Costa, Eduardo Souto de Moura, Fernanda Fragateiro, Igor Jesus, Inês d'Orey, Joana Vasconcelos, João Galrão, João Leonardo, João Paulo Serafim, Jorge Molder, José Bechara, José Pedro Cortes, José Pedro Croft, Luísa Cunha, Miguel Ângelo Rocha, Noé Sendas, Nuno Cera, Pedro Barateiro, Rodrigo Oliveira e Teresa Braula Reis, com obras em que as práticas artísticas vão desde a escultura, o desenho, a fotografia, à instalação e ao vídeo.

Sabina Dragomir, «Senses» #2, 2018, Óleo sobre tela, 95x70cm. Exposição «Ela esteve cá», de Sabina Dragomir, na Galeria do Instituto Cultural Romeno, Lisboa, até 15 de Outubro de 2020 Créditos

Além dos diversos sub-núcleos expositivos em que a exposição se estrutura, articulando as obras com as possibilidades arquitetónicas do Centro de Arte de Sines, Miguel Ribeiro propõe-nos refletir sobre a clausura, fechamento do espaço, agressividade, bloqueamento (nas obras da Ala 3), as manifestações de privado, público, «arquitetónica, privada, temporal e socialmente determinada» (em Fragateiro), sobre determinados valores, direitos e conceitos humanos como a identidade, o sujeito, a auto-análise, a libertação, a relação e o diálogo, remetendo-nos para a «dualidade de conceitos como estabilidade/instabilidade e imobilidade/leveza, fechado/aberto, estático/cíclico (em Croft), assim como onde o «círculo, remete para o perpétuo retorno, a espiral da evolução, a dança sagrada de morte e reconstrução (em Cecília Costa)».

Podemos também assinalar o que diz Emília Tavares sobre o trabalho «Marquise» de Ângela Ferreira, com origem numa pesquisa documental fotográfica realizada no Porto, nos bairros de Contumil, Pasteleira, ilhas da Boavista e Lapa, em que «a generalização da marquise em Portugal, como anexo à arquitetura citadina e dos subúrbios, representa um detalhe de construção popular e clandestina, mas tem também uma leitura sociológica enquanto superação de uma habitação deficitária...», (na imagem). Miguel Sousa Ribeiro assinala ainda, «quando falamos na distinção entre o espaço público e privado – um dos aspectos de investigação do pensamento ocidental –, fazemos referência a um debate que ajudou a fundar a Modernidade».

O Instituto Cultural Romeno3 em Lisboa, fundado em 2007, é um espaço onde, entre muitas outras atividades culturais, decorrem diversas exposições de artes plásticas, com o objetivo de divulgar e promover a cultura romena. A Galeria do Instituto Cultural Romeno em Lisboa, acolhe a exposição de pintura «Ela esteve cá» da artista romena Sabina Elena Dragomir4, até 15 de outubro de 2020. A exposição de Sabina Dragomir (Brasov-Roménia, 1992) integra cerca de 27 obras de pintura, uma seleção de que fazem parte projetos como Intimate Space (2018) e Pandora (2019), apresentados em diversas galerias de arte, museus ou espaços alternativos na Roménia. Estes trabalhos apresentam «uma pesquisa do corpo humano e das suas várias circunstâncias, através da qual Sabina tenta retratar, com um sentido poético requintado e com uma grande mestria técnica, a relação entre o corpo e a alma. A pintura a óleo sobre tela realizada por Sabina captura o corpo envolto em películas perfeitamente transparentes, como a água, ou diáfanas, como os materiais vaporosos de alguma indumentária...».

Miriam Biencard, «Essência da vida», instalação/baloiço. Exposição «ARTES 2020» na Galeria de Exposições Augusto Cabrita, Seixal, até 10 de Outubro de 2020 Créditos

Na programação da Galeria de Exposições Augusto Cabrita5, no Seixal, pode agora ser visitada a exposição colectiva «ARTES 2020», até 10 de outubro. Participam na exposição anual da Artes-Associação Cultural do Seixal (fundada em 1989): Amélia Diogo, Ana Maria Godinho, Antónia Lavinha, António Vaz, Bela Mestre, Carlos Pé-Leve, Domingos Nogueira, Eduardo Palaio, Fátima Ramos, Francisco Vaz, Isabel Firme Nunes, Janic, Lisete Emídio, Lúcia Cereja, M.A.R., Marcos Reis, Margarida Gomes, Maria Antonieta Figueiredo, Maria Jesus Graça, Miriam Biencard, Odete Gonçalves, Sónia Neves, Suzete Rego, Teresa Fuschini, Umbelina Ribeiro, Vitalina Santos e Fernanda Guerreiro (artista convidada).

A Galeria Municipal dos Paços do Concelho6 de Alcochete vai receber mais uma edição da exposição «Alcarte 2020». Dando continuidade à valorização e promoção dos trabalhos dos artistas plásticos realiza-se a Alcarte com diversos trabalhos nas áreas de escultura, desenho e fotografia. Participam os artistas Alena Morte, Alíbio Neto, Alina Miste, Conceição Cardoso, Dália Cordeiro, Daniela Rodrigues, F. Evaristo, Feliciano, Filomena Morim, Ivone Baião, LS, Mafalda D'Eça, Maria Regina Lérias, Maria Rolo, Míriam Biencard, Renato M. Luís e Sofia Rodrigues.

O Centro de Memória de Vila do Conde7, resulta da recuperação e intervenção no Solar de São Sebastião do século XVII, que em 2008, já na posse da Autarquia, veio a acolher o Arquivo Municipal e o Museu da Cidade. Possui atualmente espaços para a exposição permanente «Vila do Conde: Tempo e Território» e exposições temporárias dedicadas à arte contemporânea, entre elas, a Galeria Julio, que juntamente com o Centro de Estudos Julio/Saúl Dias, foram inaugurados em 2016. O filho de Júlio Maria dos Reis Pereira legou ao Centro de Memória uma coleção que é «constituída por 23 óleos e acrílicos, da década de 20, 30 e 70, mais de 6000 desenhos, aguarelas e guaches (1919-1983), exemplares de cerâmica do Redondo (1934, 1964-1968), arquivo pessoal e biblioteca particular, especializada em arte e literatura, com cerca de 3500 títulos», permitindo a reflexão e divulgação em torno da obra de Julio/Saúl Dias e dos movimentos de vanguarda da arte do século XX.

Exposição “Diálogos I: Memórias roubadas” de Julio e Albuquerque Mendes no Centro de Memória de Vila do Conde, até 18 de Outubro de 2020 Créditos

Na Galeria Julio/Centro de Memória de Vila do Conde foi reagendada até 18 de outubro a exposição de pintura «Diálogos I: Memórias roubadas» de Júlio8 e Albuquerque Mendes. Albuquerque Mendes apresenta um conjunto de obras inéditas, procurando «levar o visitante a conhecer as suas obras num contexto de diálogo e confronto com a obra de Julio, revisitando-as e reinterpretando-as.» Bernardo Pinto de Almeida, refere que «as obras de Albuquerque Mendes articulam um fértil diálogo com a obra de Júlio, numa fluência de relação que a alguns poderá ainda surpreender. Mas o que muito bem compreenderemos ao aperceber que na invenção das suas figuras perpassa, de algum modo, uma memória visual imediata, ainda que subtilmente relacionada, que as liga por delicados fios de tempo com as experiências dos primeiros modernistas, nomeadamente pelo modo como se apropriam de certos modelos espaciais (o cubista, o metafísico) que foram emblemáticos dessas formas que outros fizeram há um século atrás. Ou convocam cores e gestos num secreto aproximar».

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Em todas estas exposições é assegurado as condições de segurança, o distanciamento físico e um número limite de pessoas em simultâneo, de acordo com as indicações da Direção Geral de Saúde (DGS).

O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AE90)

  • 1. Centro de Artes de Sines. Rua Cândido dos Reis n.º 33, Sines. Horário: dias úteis, das 10h às 18h; e sábados, das 11h às 17h.
  • 2. Obra de Fernanda Fragateiro, «Público/Privado – Doce calma ou violência doméstica», 1997 (1995), Madeira, espelho (125x200x40cm) e fotografia (125×200cm), Colecção António Cachola (ver obra aqui).
  • 3. Instituto Cultural Romeno em Lisboa. Rua do Barão n.º 10, (Alfama), Lisboa. Horário: Para visitar a exposição, os interessados deverão fazer marcação através do e-mail: [email protected], máximo 10 pessoas por grupo.
  • 4. Sabina Dragomir concluiu a licenciatura e o mestrado com a distinção Magna Cum Laude na Universidade de Arte e Design de Cluj-Napoca, onde atualmente está a finalizar o seu doutoramento no campo das belas artes.
  • 5. Galeria de Exposições Augusto Cabrita. Quinta dos Franceses, Seixal. Horário: terça a sexta-feira, das 10h às 20h30; sábado, das 14h30 às 20h30.
  • 6. Galeria Municipal dos Paços do Concelho, Largo São João, 2894-001 Alcochete. Horário: segunda a sexta-feira, das 9h às 18h (exceto feriados).
  • 7. Centro de Memória de Vila do Conde. Largo de São Sebastião, Vila do Conde. Horário: terça-feira a domingo, das 10h às 18h.
  • 8. Júlio Maria dos Reis Pereira (Vila do Conde, 1902-1983), mais conhecido como Júlio (artista plástico) ou sob o pseudónimo de Saúl Dias (poeta), fez parte da segunda geração de pintores modernistas portugueses e foi um dos mais importantes colaboradores da revista Presença, destacando-se a sua participação no I Salão dos Independentes, SNBA, Lisboa (1930), na 2.ª Bienal de São Paulo, Brasil (1953) e em diversas retrospectivas, referindo-se a realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1980).

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