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O centro hoje? Petrogrado, claro

Cinema, música, livros, sessões culturais que não esquecem a política. Tanto para fazer, para ver e escutar, para ler.

Operárias de Petrogrado
Operárias de PetrogradoCréditos / RTP

Hoje, umas poucas palavras iniciais que, antecipando a próxima terça-feira, 7 de Novembro, não é possível esquecer:

E agora a tradução dessas palavras (que mão amiga, tradutora, há tempos me fez chegar):

«Aos Cidadãos da Rússia!

O Governo Provisório foi deposto. O poder de Estado passou para as mãos do órgão do Soviete de deputados operários e soldados de Petrogrado – o Comité Militar Revolucionário –, que se encontra à frente do proletariado e da guarnição de Petrogrado.

A causa pela qual o povo lutou – a proposta imediata de uma paz democrática, a supressão da propriedade latifundiária da terra, o controlo operário sobre a produção, a criação de um Governo Soviético – esta causa está assegurada.

Viva a revolução dos operários, soldados e camponeses!

O Comité Militar Revolucionário anexo ao Soviete de deputados operários e soldados de Petrogrado

25 de Outubro de 1917, 10 da manhã»

Sim, a Revolução de 7 de Novembro de 1917 está a ser assinalada em diversas iniciativas. A Revolução Soviética de Outubro (no calendário ortodoxo, utilizado na Rússia, o nosso 7 de Novembro é no mês de Outubro), os seus ideais e actualidade têm sido devidamente realçados e continuarão a sê-lo, por muito que tentem intoxicar o público e manipulá-lo (como estava previsto) os desacreditados media audiovisuais e a imprensa dita livre – pertença dos grandes grupos empresariais, de todos conhecidos, que os detêm ao serviço dos seus interesses e dos da sua classe.

No Porto, «Arte na Revolução – 100 anos da Revolução de Outubro», uma iniciativa cultural na ESAP; e ainda as comemorações na UPP

Permita-se que destaque algumas das iniciativas em causa, já que outras certamente terão maior divulgação. Esta de que falo aqui tem claramente um perfil cultural/político e é natural, por isso, que a insira neste roteiro.

É já no dia 6 de Novembro, segunda-feira. Intitula-se «Arte na Revolução – 100 anos da Revolução de Outubro» e ocorrerá na ESAP (Escola Superior Artística do Porto). A entrada é pela Rua de Belmonte, no Porto, palácio dos Pacheco Pereira, perto do Palácio da Bolsa. Temas: Arquitectura, Literatura e Música, Cinema. Organização do LIA (Laboratório de Investigação em Arquitectura da ESAP).

Tudo principia às 14h com uma conferência-debate em torno de Arquitectura, em que participarão Filipe Diniz («A melhor revolução é a que se faz, mesmo que o melhor de Leonidov não se construa»), o principal organizador do evento, Franklim Morais («Uma fábula de 3 torres: Eiffel – Tatlin – Shukhov»), Michele Cannatà («Arquitectura como utopia: Garnier – Guinsburg – Le Corbusier») e Ricardo Ruivo («Ideologias arquitéctónicas na Revolução de Outubro – a vanguarda cultural e a arquitectura do socialismo real»).

Em seguida, o encenador e professor chileno Roberto Merino apresentará, com alunos do Curso de Teatro, «Poesia e Sangue», uma performance poética e musical com a «presença» de Maiakovski, Stravinski e outros artistas da época. Haverá ainda uma conferência-debate, por Nelson Araújo, sobre «A Revolução de 1917 e o Cinema: a Ética multiplica a Estética». Uma exposição com cartazes, extractos de filmes e documentos da época ilustra visualmente, se assim se pode dizer, a iniciativa.

E, já que nessa tarde de 6 de Novembro, na ESAP, Vladimir Maiakovski (1893-1930) será lembrado, permita também, caro/a leitor/a, que recorde um poema, porventura menos divulgado, desta voz poética da Revolução, para o qual proponho uma versão portuguesa, a partir de versão francesa de Alexandre Karvovski:

Nós, os comunistas

Comunistas somos, porque temos
os pés no dia de hoje bem assentes
e sondando a noite opaca do futuro,
a vivê-lo, intimamos o presente.

Comunistas somos, pois sabemos
escutar a classe que murmura
e dos sem-voz fazemos, na investida,
a coluna que avança e canta unida.

Comunistas somos, porque ainda
que nos achem na praia caminhando,
quando se ergue o marulho da ressaca,
prosseguimos, o abrigo desdenhando.

Comunistas somos, pois sabemos
– os prós e os contras ponderados –
recuar e esgrimir à retaguarda
até partir de novo, com ânimo dobrado.

(Tradução de José António Gomes a partir de versão francesa de Alexandre Karvovski)

Mais palavras para quê? É um artista soviético: poeta, dramaturgo, notável artista visual. Aconselho, por isso, a mais recente das várias edições portuguesas conhecidas de obras suas: o volume 33 Poesias (Quasi Edições, 2008), com tradução e prefácio de Adolfo Luxúria Canibal.

No centenário da Revolução, a UPP (Universidade Popular do Porto) propõe-se também debater o processo histórico que levou à tomada do poder e às inovadoras transformações revolucionárias que marcaram o século XX.

O Programa das comemorações na UPP (Rua da Boavista, 736, Porto), que decorrem durante um mês (de 4 de Novembro a 5 de Dezembro), contempla as seguintes iniciativas:

Conferência de Silvestre Lacerda: «Quando amanhecerá, camaradas? 1917 – história de uma revolução», a 4 de Novembro, sábado, pelas 16h. Antecedendo a conferência, pelas 15h, será inaugurada na UPP uma exposição sobre a «Arte Gráfica na Revolução, 25 Cartazes Soviéticos». A conferência de Ricardo Ruivo, «Ideologias Arquitetónicas na Revolução de Outubro: A vanguarda cultural e a arquitetura do socialismo real» terá lugar a 6 de Novembro, segunda-feira, 18h, presume-se que após a intervenção na ESAP. 

A 13, 20 e 27 de Novembro, às 18h, decorrerá o ciclo de três sessões «A Revolução de 1917 e a música», por Sérgio de Matos. A 14, 21 e 28 de Novembro, às 18h, outro ciclo de três sessões centradas no cinema: «Três realizadores, três filmes, três estéticas: Serguei Eisenstein – A Greve (1924); Dziga Vertov – O Homem com a Câmara de Filmar (1929); Mikhail Kalatozov – Quando Passam as Cegonhas (1956). As comemorações prosseguirão, no caso da UPP. Consulte a programação de finais de Novembro e Dezembro.

A grande música: em Lisboa e no Porto; e Gal, em ambas as cidades; e ainda José Afonso e Francisco Fanhais

E vamos aos sons que nos encantam e nos fazem sentir e pensar, começando pela Música em S. Roque, Lisboa. Veja que programa sublime. Só uma amostra dos próximos dias: 5 de Novembro, Mosteiro de Santos-o-Novo, 16h30, La Batalla com Speculum Mirabilium, Cantigas de louvor e milagres de Santa Maria em Terras de Portugal; 8 de Novembro, Convento de São Pedro de Alcântara, 19h, Sete Lágrimas, Parto triste saludoso, Canções da Diáspora para vozes e ensemble instrumental; 10 de Novembro, Igreja de São Roque, 21h, Coro Gregoriano de Lisboa, In Honorem Beatae Mariae Virginis, Canto gregoriano e órgão; 12 de Novembro, Convento de São Pedro de Alcântara, 16h30, Americantiga Ensemble e 33 Ânimos Companhia Teatral, Entre Dois Mundos, concerto encenado com música dos séculos XVI a XVIII. Repito: é apenas uma amostra.

Consulte o programa. Há ainda ateliers infanto-juvenis e visitas aos locais dos concertos.

Na Casa da Música, no Porto, tem o ciclo À Volta do Barroco.

A 7 de Novembro, por exemplo, e cito do programa, «a presença de um dos maiores violinistas dos nossos dias não passa despercebida neste programa partilhado entre a Orquestra Barroca e o Remix Ensemble. Ilya Gringolts interpreta o belíssimo Concerto para violino de Ligeti», obra que não esconde «a influência do Barroco na obra do grande mestre húngaro».

Na primeira parte, «a Orquestra Barroca antecipa a tradição concertante, uma invenção do período Barroco, nas suas versões de concerto solista, com o oboísta Pedro Castro, e de concerto grosso.»

Segue-se «Viena Clássica» (dia 10) e «Nocturnos» (dia 12), com saliência para a estreia nacional de The Moth Requiem, da autoria de Birtwistle.

A programação encerra a 14 de Novembro com o retorno à Casa da Música do ensemble vocal britânico The Tallis Scholars, dirigido pelo maestro Peter Philips. Agora dão voz a obras-primas da polifonia britânica do séc. XVI. No repertório compositores como William Byrd, Robert White e John Taverner.

Ah, e gosta de Gal Costa? Eu não me canso de a ouvir. Pois aí a tem, a grande cantora brasileira: «Espelho d’Água» é o nome da digressão na comemoração de 50 anos de carreira. Acompanhada pelo violonista e guitarrista Guilherme Monteiro, tê-la-emos, dia 11 de Novembro, no Campo Pequeno, em Lisboa, e dia 12, no Coliseu Porto.

E Zeca Afonso sempre, não é? Então aponte mais esta iniciativa da AJA (Associação José Afonso): a 18 de Novembro, no Forum Lisboa, a partir das 17, pode assistir ao concerto «Cantai rapazes, dançai raparigas», orquestrações inéditas, para coros, de músicas do cantor de Venham mais Cinco, na primeira parte.

Na segunda, um espectáculo celebrando merecidamente 45 anos de palavras e cantigas de Francisco Fanhais, o actual presidente da AJA e um dos grandes amigos e colaboradores de Zeca. Vá ao site da AJA, se quiser reservar bilhetes.

E já agora, que falamos de música, registe isto: por contributo do PCP, foi integrada, na proposta preliminar do Orçamento do Estado para 2018, a redução da tributação dos instrumentos musicais, passando de 23 para 13%. Finalmente, não é?

Cinema: João Botelho e o Lisbon & Sintra Film Festival

Nas salas, não se esqueça, está Peregrinação, o último filme de João Botelho, inspirado na extraordinária obra homónima de Fernão Mendes Pinto (1510/14?-1583) e na inesquecível música de Fausto que, em Por Este Rio Acima, de 1982, soube como ninguém traduzir em sons e ritmo, letra e canto esta aventura extraordinária de um português (tão português!) no Oriente.

E acha que pode assistir a alguma coisa da superior programação do Lisbon & Sintra Film Festival? Se não puder, insista, tente dar a volta, não desista. Consulte aturadamente o programa: é um evento multicultural (cinema, música, simpósio, sei lá que mais) que decorre de 17 a 26 de Novembro. Só de pensar que os talentosíssimos Cronenberg e Isabelle Huppert lá estarão…

E aí deixo, em homenagem, o breve poema «Isabelle Huppert», de João Pedro Mésseder:

O tempo minucioso a modelou
num cristal de gelo que a si chama
o céu – ou o mar? –
as sardas dos anjos
as longas pestanas cereais

E ela arde
arde sempre
por dentro do cristal

Lisboa: Dias do Desassossego; fotobiografia de Óscar Lopes; teatro de Lorca, e não só, em Coimbra; e a BIG em Guimarães

Sim, passemos aos livros, à literatura, à ilustração, ao teatro. A Fundação José Saramago leva a cabo a iniciativa Dias do Desassossego’17, Veja o programa completo e faça as suas escolhas. Vale a pena.

Manuela Espírito Santo acaba de publicar uma notável fotobiografia de Óscar Lopes, intitulada Retrato de Rosto. Se puder, não a perca. No átrio dos Paços do Concelho de Matosinhos, poderá ver mais uma exposição sobre o grande linguista, ensaísta e historiador literário, pedagogo e homem de intervenção cívica e política comunista, que foi Óscar Lopes.

Entretanto, leio um grande programa em Novembro, no Teatro da Cerca de S. Bernardo (TCSB) (Escola da Noite, Coimbra). Ao mesmo tempo que levam a «Embarcação do Inferno» à Figueira da Foz, a Évora e a Castelo Branco, têm um mês «cheio de propostas irrecusáveis no TCSB. A estreia da co-produção internacional «Público x Lorca», o acolhimento da extensão a Coimbra do 39.º Citemor – Festival de Montemor-o-Velho e, claro, os Sábados para a Infância são os principais destaques da programação de Novembro. Das propostas do Citemor faz parte o «Laboratório» de Rui Catalão, aberto a todas/os as/os que quiserem participar. As inscrições estão abertas.»

Em Guimarães, continuam as exposições da BIG, 1.ª Bienal de Ilustração de Guimarães, magnífica organização com apoio da Câmara, direcção artística de Tiago Manuel (um admirável ilustrador ele próprio) e direcção técnica de Rui Bandeira Ramos, curadoria de palestras de Pedro Moura.

João Fazenda e Carolina Celas foram os vencedores dos prémios. O histórico ilustrador que é Luís Filipe de Abreu é o artista homenageado na Bienal com uma exposição associada ao Prémio carreira, que a BIG lhe outorgou e muito bem. Assim se faz a diferença. Assim se estabelece um estilo de intervenção estética.

Não deixe de fazer uma visita e de avaliar por si a vitalidade da ilustração portuguesa.

Mais literatura: Ana Margarida de Carvalho; Luís Amorim de Sousa e Alberto de Lacerda; e a Colóquio/Letras

Primeira recomendação: a leitura dos dois últimos números da revista Colóquio/Letras, da Gulbenkian. O 195 inclui um importante dossier ensaístico sobre Carlos de Oliveira, figura maior do neorrealismo e da modernidade literária em Portugal; o 196 traz um dossier, também, sobre Herberto Helder e António Ramos Rosa.

Em matéria de poesia, não nos esqueçamos da poesia tão especial, tão atenta ao quotidiano e às criações artísticas, tão divergente de um certo mainstream poético, que foi a de Alberto Lacerda – vá à IN-CM e compre Horizonte, por exemplo, de 2001; ou experimente ler o póstumo O Pajem Formidável dos Indícios (Assírio & Alvim, 1994), em que se cultiva uma brevidade, sim, mas intensa e sentida, ainda que num registo aparentemente fragmentário. E, finalmente, não perca Apesar de Tudo: Em Memória de Alberto de Lacerda (Labirinto de Letras, 2017), breve relato que dói, cuja leitura não se consegue interromper, do poeta, romancista e ensaísta Luís Amorim de Sousa (bom prefácio de Eugénio Lisboa).

Trata-se de uma narração pungente dos últimos momentos de vida do solitário Alberto de Lacerda e das condições absolutamente dramáticas em que foi salvo, em Londres, o espólio que possuía. Um trabalho a que se devotou o seu grande amigo de sempre, Luís Amorim de Sousa, que é, reconheçamo-lo, o grande preservador da memória de Lacerda.

Verdadeiro (e raro) tributo a um amigo, que prossegue nos dias de hoje e que tem passado, sobretudo, por manter viva a obra do poeta, tornar acessível ao público, partilhável, a sua colecção de arte, e finalmente editar a impressionante quantidade de inéditos deixados por Lacerda – ser humano e artista peculiaríssimo.

Não se esqueça que se está a comemorar o 150.º aniversário do nascimento do maior poeta português do Simbolismo, com o seu inesquecível livro, Clepsidra, uma música de palavras subtil e irrecusável. Refiro-me a Camilo Pessanha (1867-1926). Procure as edições e ensaios que lhe estão associados e esteja atento/a às homenagens. Por exemplo o n.º de 11 de Outubro de 2017 do Jornal de Letras traz um dossier que lhe é dedicado.

O Goethe Institut, Joachim Sartorius, Fernando J. B. Martinho, João Barrento e Helena Topa organizaram, traduziram, estudaram a poesia política portuguesa e de expressão alemã (1914-2014). O resultado é Às Vezes São Precisas Rimas Destas (2017), antologia editada pela Tinta da China que é, de facto, um trabalho de vulto, admirável.

Mas uma antologia é sempre um trabalho de subjectividade e esta é-o também (por muitos que sejam os seleccionadores convocados). A partir destes poetas e de todos os outros que lá não estão seria possível organizar pelo menos mais duas ou três antologias. Algumas ausências serão um pouco lamentáveis, mas todo o trabalho de tradução, organização, os próprios textos introdutórios merecem apreço e elogio. E, claro está, merecem debate e eventual divergência, quer estética quer política.

Por último: é já no dia 7 de Novembro de 2017 que, no Palácio Galveias, em Lisboa, é entregue o Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB – 2016 à escritora Ana Margarida de Carvalho, pelo seu livro Não Se Pode Morar nos Olhos de um Gato (Teorema, 2016).

Ana Margarida de Carvalho Créditos

É a segunda vez em poucos anos que a autora recebe – e merecidamente – esta distinção. Óptimo pretexto, pois, para conhecer os seus livros, nomeadamente este último: uma prosa trabalhada, de peculiar poeticidade e expressividade, admirável riqueza imagística e lexical. Também um trabalho romanesco de verdadeira imaginação, centrado num conjunto de personagens que, já depois da abolição da escravatura no Brasil, em finais do século XIX, sobrevivem a um naufrágio, ficando numa praia que desaparece na maré cheia.

Personagens densas e convincentes, que se entrechocam e permitem, nessa circunstância, que todo um leque de questões e problemas se abra e seja encenado. Cito o belo paratexto da contracapa que aponta um caminho interpretativo a ter em conta: «serão tanto mais deuses de si próprios quanto mais se tornarem humanos e conseguirem um estado de graça a que poucos terão acesso: a capacidade de se colocarem na pele do outro».

Trata-se de uma prosa exigente, em termos de atenção, leitura e releitura, como aliás requer a verdadeira escrita literária. Uma prosa que reclama, como algumas outras, uma educação literária que está em perda no nosso país e que deve ser retomada, com projectos como o retorno aos clássicos e às grandes vozes literárias, e uma renovada formação dos professores de língua e literatura.

Ora, ainda recentemente, Dan Brown encheu um auditório com centenas e centenas de pessoas para apresentar o seu último livro. A Escritaria, por seu turno, fez de Miguel Sousa Tavares o autor homenageado deste ano. Dois sintomas que me fizeram cair em mim: é real, de facto, o divórcio entre os portugueses e a literatura. E o Plano Nacional de Leitura já recomeçou a pensar e a trabalhar seriamente estas questões? E com recursos atribuídos no OGE de 2018? Assim se espera.

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