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|Museu Nacional de Arte Antiga

A convivência das culturas cristã e islâmica em exposição

O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) inaugurou uma mostra para evocar como se relacionaram as culturas cristã e islâmica no período histórico que correspondeu à formação de Portugal.

O Museu Nacional de Arte Antiga, às janelas Verdes, em Lisboa
O Museu Nacional de Arte Antiga, às janelas Verdes, em LisboaCréditos / lisbonsecrets.com

O mote para a exposição é o do massacre de cinco frades franciscanos em Marrocos, há 800 anos, a mando do califa Abu Yusuf al-Mustansir, conhecido por Miramolim. A proposta foi apresentada ao MNAA, em 2018, pelo historiador Santiago Macias.

Através de pintura, escultura, tecidos, objectos do quotidiano e peças do culto religioso dá-se forma à exposição «Guerreiros e Mártires. A Cristandade e o Islão na Formação de Portugal», que estará patente até 28 de Fevereiro de 2021.

Entre as obras que se podem visitar está a pintura Mártires de Marrocos, um óleo sobre madeira de carvalho pintado por Francisco Henriques (falecido em 1518), da Igreja de São Francisco, em Évora.

Joaquim Caetano, director do MNAA, referiu à Lusa que «a narrativa dos mártires de Marrocos serviu, na época, o contexto da reconquista, mas manteve-se ao logo dos séculos, continuando a ser ensinada nas escolas a ideia dos maus muçulmanos e dos bons cristãos».

Neste sentido, a exposição visa trazer ao de cima novas leituras historiográficas de académicos como António Borges Coelho e José Mattoso, segundo os quais, a ideia dos «cristãos contra muçulmanos» é «complexa», uma vez que «as duas culturas conviviam juntas, com momentos de conflito e de paz, e com uma influência mútua, com trocas e alianças».

O ano de 1220 veio marcar um período de grande conflitualidade, que quebrou a tolerância que se verificava nas comunidades no território ocupado, facto que a ditadura salazarista «veio mais tarde desvalorizar», explicou.

Assim, para o director do MNAA, «a função de um museu nacional, sobretudo um museu que tem peças importantes no seu acervo, é ser um espaço de constante interrogação. A historiografia a nível académico tem evoluído bastante, mas o público em geral não tem ainda acesso a esse conhecimento. Os temas incómodos são aqueles que temos de questionar, e esse é o nosso papel».

Esta função tem, nos dias de hoje, uma grande importância quando se verifica uma tendência «para definir o outro como inimigo», existindo «outras culturas, muito ricas, que fazem parte do nosso passado, da nossa história e do nosso quotidiano».


Com agência Lusa

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