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A carga que paira nas famílias…

Os dados do Inquérito às Despesas das Famílias confirmam «o peso» do aumento do custo de vida nos últimos anos, num panorama em que os portugueses não viram o seu poder de compra acompanhar os aumentos.

Foram ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) os dados provisórios do Inquérito às Despesas das Famílias, comparando o período entre 2010/2011 e 2015/2016.

Entre estes períodos, houve um aumento de 2,6% relativamente à despesa anual média. Os resultados revelam-nos que se manteve a tendência de aumento do peso dos encargos com a habitação, os transportes e a alimentação. A parcela ocupada por estas áreas é significativa: as despesas em «habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis» (31,8%), em «transportes» (14,7%) e em «produtos alimentares e bebidas não alcoólicas» (14,4%) representam 60,9% das despesas médias das famílias, verificando-se no seu conjunto um aumento de quase quatro pontos percentuais face a 2010/2011. Olhando para inquéritos anteriores, a tendência de aumento da despesa total anual das famílias nestas três componentes é observada desde 2000 (53, 4% em 2000, 55% em 2005/2006, 57% em 2010/2011).

Estes dados confirmam-nos «o peso» do aumento do custo de vida nos últimos anos, num panorama em que os portugueses não viram o seu poder de compra acompanhar os aumentos. Estamos a falar de mais de metade das despesas médias anuais serem para transportes, alimentação e habitação. Pode dizer-se que é muito, tendo em conta que estes são direitos básicos, que deveriam ser assegurados de forma o mais acessível possível. A linha política dos sucessivos governos deixaram marcas nos aumentos de preço dos transportes, habitação, alimentação, água, electricidade, gás... E deixaram marcas no poder de compra das famílias, feito à medida dos baixos salários praticados. Não deixa de ser interessante verificar, por exemplo, que em 1989/90, as despesas com a habitação e contas representavam apenas 12, 4 %.

São também significativos os dados que nos dizem que foram as rubricas «restaurantes e hotéis» e «lazer, recreação e cultura» que entre 2010/2011 e 2015/2016 perderam mais peso no total da despesa anual média (de 10,4% para 8,5% na primeira, e de 5,3% para 4,2% na segunda). Mais um dado que não está desligado da degradação das condições de vida nos últimos anos. A despesa com a parte cultural e recreativa, importantes partes da dignificação da vida e do ser, a ocupar menos lugar na vida dos portugueses. Os dados dizem-nos que, em volume, houve decréscimos acentuados na despesa com o lazer, recreação e cultura (-17,2%) e com restaurantes e hotéis (-15,8%).

É tempo de mudar o panorama, é tempo de devolver às famílias poder de compra, é tempo de tornar realmente acessíveis os elementos mais básicos para se viver, é tempo de as famílias terem condições para ser felizes e viver com dignidade.

 

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