A acção de protesto frente ao Senedd (Parlamento galês) foi convocada pelo Sindicato dos Serviços Públicos e Comerciais (PCS), cujos representantes na Biblioteca Nacional e no Museu do País de Gales haviam escrito a todos os deputados, alertando-os para o impacto dos cortes previstos no financiamento das instituições.
Em seu entender, a redução orçamental superior a 10% no próximo ano fiscal irá «dizimar os serviços culturais» no país.
Se o governo galês levar por diante o actual plano de cortes no sector, alertaram, tanto o Museu como a Biblioteca Nacional do País de Gales – com reduções orçamentais estimadas em 4,3 milhões de libras (acima dos cinco milhões de euros) – poderão «deixar de funcionar em pleno».
«Após uma década de subfinanciamento, o sector da Cultura no País de Gales foi particularmente atingido por cortes na proposta de orçamento», disse a secretária-geral do PCS, Fran Heathcote, sublinhando que a estrutura sindical se vai opor à destruição de postos de trabalho.
Em vez de cortes, mais verbas para a cultura
Ontem, os representantes dos trabalhadores instaram o governo galês a aumentar a despesa em 20% com os «seus museus e bibliotecas», em vez de apresentar uma proposta orçamental que implica menos financiamento das instituições e põe em causa entre centena e centena e meia de postos de trabalho nos próximos dois anos.
O representante do PCS na Biblioteca Nacional do País de Gales, Jeff Smith, declarou ao Morning Star a «grande preocupação» com os cortes» na instituição e questionou-se se ela «será capaz de realizar os seus serviços de forma adequada».
Smith destacou que esta proposta orçamental representa «uma ameaça real aos empregos», reafirmando que o sindicato se opõe a despedimentos e avançará para a greve se isso ocorrer.
«Os despedimentos são uma linha vermelha para o PCS[, que] votaria a favor de uma greve, se necessário», disse Smith, explicando que no actual exercício financeiro estão ali em risco 50 postos de trabalho, a que acrescem outros 25 no próximo.
A ministra galesa das Finanças, Rebecca Evans, disse em conferência de imprensa que «este foi um orçamento difícil e que esta é uma das escolhas duras que tivemos de fazer», em alusão aos cortes no sector da Cultura.
No entanto, a estrutura sindical não se mostra convencida e reafirma que, em vez de cortes, é necessário maior investimento.
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