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Na Bolívia exige-se o fim do bloqueio dos EUA a Cuba

Dezenas de pessoas, membros de organizações de esquerda, reclamaram este domingo, em La Paz, o fim do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos à Ilha.

Solidariedade com Cuba (e a Palestina) este domingo, 28 de Abril de 2024, em La Paz, capital da Bolívia 
Créditos / Prensa Latina

Na Praça Maior de São Francisco, no centro de La Paz, pessoas que se formaram na Escola Latino-americana de Medicina (ELAM), em Havana, membros do Movimento Guevarista da Bolívia/ELN, representantes do Partido Comunista da Bolívia e da sua organização juvenil, e activistas ligados ao Movimento Boliviano de Solidariedade com Cuba – La Paz juntaram-se para dar corpo à mobilização do último domingo do mês.

«Sem esse bloqueio criminoso e genocida, Cuba seria hoje uma potência na promoção de um mundo melhor pela sua política humanista e solidária», afirmou a médica Hady Alarcón, que se formou na ilha caribenha.

Por seu lado, Roxana Vaca falou em nome dos filhos dos mártires da guerrilha do comandante Ernesto Che Guevara na Bolívia, tendo manifestado o seu reconhecimento a um povo que ao longo de mais de seis décadas resistiu de forma exemplar à agressividade da administração norte-americana.

«Erguemos a voz contra a política genocida de Washington; viemos defender o modelo de vida assente no amor, em nome do qual exigimos que se apague o nome de Cuba da lista espúria e unilateral, fabricada pelos Estados Unidos, de países patrocinadores do terrorismo», disse a activista, citada pela Prensa Latina.

Roxana Vaca pediu ainda o fim da política norte-americana de imposição de bloqueios, de patrocínio de genocídios, como o que Israel está a cometer na Palestina, e de financiamento das milionárias campanhas de mentiras divulgadas a cada minuto pelas grandes cadeias mediáticas, indica a fonte.

O médico Omar Zambrana, que se formou em Cuba, falou das suas vivências nos hospitais cubanos durante o tempo em que residiu na Ilha, onde pôde «sentir a emoção de salvar vidas com um serviço gratuito para todos».

Ali viu também como, devido à barreira imposta pelo bloqueio, se torna impossível adquirir fármacos, materiais e peças de substituição para equipamentos como os tomógrafos, cuja utilização beneficia todos os cidadãos sem diferenciações de ordem política, racial, de género ou geracional.

«Por isso estamos aqui, a apoiar um país que com dignidade exemplar luta e resiste em prol de um mundo melhor, face ao império mais poderoso do mundo», disse Zambrana.

Entre as dezenas de participantes na mobilização, encontrava-se a também médica Nila Heredia, ex-ministra da Saúde e ex-presidente da Comissão da Verdade da Bolívia.

Dirigente do Movimento Guevarista da Bolívia/ELN, Heredia afirmou que aqueles que bloqueiam Cuba e enviam milhões de dólares para difamar a sua Revolução são os mesmos que promovem um genocídio na Palestina.

Cuba agradece mobilizações solidárias pelo mundo fora

Em alusão a mais um «último domingo de mês sinónimo de solidariedade com Cuba», o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, agradeceu, na sua conta de Twitter (X), as mobilizações protagonizadas por amigos do país e compatriotas em várias partes do mundo contra o bloqueio imposto pelos Estados Unidos.

Nesse sentido, destacou que as mobilizações se mantêm há mais de três anos consecutivos, de forma ininterrupta, para exigir o fim do bloqueio e da política de hostilidade contra Cuba.

Além da Bolívia, este fim-de-semana amigos solidários e cubanos residentes no estrangeiro mobilizaram-se em países como Argentina, Bahamas, São Cristóvão e Neves, Canadá e Panamá.

Há mais de 30 anos que o mundo reafirma, na Assembleia Geral das Nações Unidas, o repúdio pelo bloqueio norte-americano, uma política que atingiu níveis sem precedentes durante o período de impacto da Covid-19, tendo como propósito estrangular a economia do país antilhano e provocar uma mudança de regime.

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