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Sistema de saúde na Faixa de Gaza foi destruído por Israel

Numa visita a Khan Younis, esta quarta-feira, uma equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS) constatou que o nível de destruição das instalações de saúde é «desproporcional a tudo o que se possa imaginar». 

Créditos / IDFA

«Nenhum edifício ou estrada estão intactos, há apenas escombros e lixo. As hostilidades nas proximidades de um armazém da OMS deixaram-no destruído. Ataques e hostilidades deixaram os hospitais Nasser Medical Complex, Al-Amal e Al-Khair inoperacionais. Estas instalações não dispõem de abastecimento de oxigénio, água, electricidade ou rede de esgotos», revelou, ontem, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X (ex-Twitter).

Segundo o responsável, o armazém do Complexo Médico Nasser – que abastece muitos hospitais no sul – estava em chamas e gravemente danificado. «Estima-se que o incêndio tenha destruído a maioria dos suprimentos, incluindo uma quantidade substancial de medicamentos essenciais e suprimentos médicos e de trauma fornecidos pela OMS e parceiros», disse. 

Até há pouco tempo, Nasser apresentava-se como a espinha dorsal do sistema de saúde no sul de Gaza e Al-Amal era um dos poucos hospitais disponíveis com serviços de saúde para mães e crianças. Mas agora, lamenta a OMS, são apenas escombros. A equipa visitou também o Jordanian Field Hospital, que está minimamente operacional e recebe um número limitado de pacientes, a maioria pacientes internados, e alguns pacientes traumatizados. «O outrora robusto sistema de saúde em Gaza está falido», criticou o responsável da OMS, que volta a apelar a um cessar-fogo para que se possa dar início a trabalhos de reconstrução e reabilitação. 

A OMS condena também a destruição do Hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, após uma operação massiva do Exército israelita. «As cenas naquele centro médico são de partir o coração: enfermarias gravemente danificadas, camas queimadas, equipamento destruído, cadáveres em covas rasas no exterior», revelou a instituição, após uma visita ao hospital, esta semana.

Numa videoconferência, o cirurgião-chefe da OMS Thanos Gargavanis, que liderou a iniciativa, afirmou hoje que a instituição pretende organizar enterros dignos para as pessoas que morreram naquele hospital, colocando os seus restos mortais em sacos individuais e tentando identificá-los posteriormente através de testes de ADN, como forma de proporcionar conforto às famílias.

Após a destruição do Al-Shifa, resta apenas, de acordo com Gargavanis, um equipamento de produção de oxigénio em todo o norte de Gaza, localizado num pequeno hospital. «Tivemos de voltar a trabalhar como se fazia há 60 anos, sem equipamento», disse.

Gargavanis criticou ainda Israel por não permitir a retirada regular dos feridos e doentes, tendo defendido ainda que o país liderado por Benjamin Netanyahu deve deixar de tratar equipamentos médicos, medicamentos e outras provisões de saúde como se pudessem ser usados para fins de guerra, por tal dificultar seriamente a entrada desse tipo de material em Gaza. Segundo dados da organização HelpAge, 350 mil pessoas com doenças crónicas ou não têm acesso, ou acedem de forma extremamente limitada, a medicamentos e procedimentos médicos essenciais, como diálise. 

No mês passado, tropas israelitas sitiaram e atacaram o complexo médico durante quase duas semanas, argumentando que centenas de militantes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e da Jihad Islâmica estavam escondidos no seu interior, mas tanto os respectivos movimentos como as autoridades de saúde negaram tais alegações e acusaram as forças de ocupação israelitas de atacarem médicos e pacientes.

Um relatório provisório de avaliação dos danos causados pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, após 7 de Outubro, da autoria do Banco Mundial e da ONU, revela que 84% de todas as instalações de saúde e 62% das casas na Faixa de Gaza estão danificadas ou destruídas. 

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