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|Reino Unido

Britânicos facturaram 6 mil milhões com venda de armas à Arábia Saudita

Os fabricantes britânicos de armas facturaram mais de 6 mil milhões de libras (6,7 mil milhões de euros) com as vendas à Arábia Saudita desde o início da guerra de agressão ao Iémen, acusa uma ONG do Reino Unido.

Iemenitas junto a casas destruídas na sequência de um bombardeamento da coligação liderada pelos sauditas, em Sa'ada, no Norte do país
Iemenitas junto a casas destruídas na sequência de um bombardeamento da coligação liderada pelos sauditas, em Sa'ada, no Norte do paísCréditos / timesofoman.com

A War Child UK afirmou esta terça-feira que os lucros resultantes do comércio de armas com o país do Golfo «são o dobro das estimativas anteriores, apesar de nos cofres do Estado apenas ficarem cerca de 30 milhões de libras (33,7 milhões de euros), através dos impostos».

Quem fica a lucrar «com a morte de crianças inocentes», vendendo mísseis e equipamento à coligação liderada pelos sauditas, são empresas privadas como a BAE Systems e a Raytheon, que, de acordo com a organização não governamental, atingiram lucros superiores a 600 milhões de libras (675 milhões de euros), revela o The Independent.

A Arábia Saudita foi acusada de cometer crimes de guerra na sua tentativa de esmagar a resistência dos Hutis, com a população civil a ser alvo constante de ataques. Em dois anos e meio de agressão ao Iémen, mais de 12 mil iemenitas foram mortos e as crianças foram duramente atingidas, estimando-se que mais 1200 tenham sido mortas e que cerca de 2000 tenham ficado feridas.

Relacionada com a guerra de agressão, tal como reconheceu a ONU, está a epidemia de cólera que, desde Abril, já infectou mais de 600 mil pessoas e provocou a morte a mais de 2000.

Londres «menos esquisita» com os seus parceiros

Rocco Blume, conselheiro da organização, disse ao The Independent que Londres estava a receber dinheiro não só da venda, mas também da manutenção do armamento, e mostrou-se preocupado com a «actual tendência» no Reino Unido: «menos esquisito» com os seus parceiros comerciais a nível internacional, «à medida que o Brexit [de British exit; saída britânica da UE] se aproxima».

Blume manifestou também preocupações quanto à «falta de transparência» das empresas britânicas, que torna impossível «avaliar o seu papel no enfraquecimento global da protecção das crianças em conflitos como o Iémen, a Síria e o Iraque».

O governo britânico de Theresa May tem-se mantido firme face às pressões crescentes para que ponha fim à exportação de armas, mesmo quando vieram a público provas de que a Arábia Saudita estava a cometer crimes de guerra e a matar civis no Iémen.

Na semana passada, enquanto decorria no Centro Excel, em Londres, a maior feira mundial de material bélico, o secretário de Estado do Comércio Externo britânico, Liam Fox, defendeu que o negócio de armas não viola o direito internacional e é «ético», porque evita a venda desregulada de armamento.

«As economias avançadas devem lembrar-se que, se não fornecerem meios aos países para se defenderem, haverá uma proliferação descontrolada e desregulada de venda de armas, sem qualquer supervisão ou inibição», disse.

No mesmo evento, o secretário de Estado da Defesa, Michael Fallon, afirmou que, em 2016, o Reino Unido vendeu armamento no valor de 5,9 mil milhões de libras (6,7 mil milhões de euros), sendo que o país ocupa o segundo lugar no ranking dos exportadores de armas.

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