Associativismo popular

Desfiles, festas populares e manifestações marcaram as comemorações do 51.º aniversário do 25 Abril de 1974 que decorreram em todo o País, através de uma forte participação popular, com destaque para o grande desfile na Avenida da Liberdade, em Lisboa.

A Academia Recreio Artístico lançou uma petição pública contra o despejo com que está a abraços. A histórica colectividade sabe que se quando se luta nem sempre se ganha, mas quando não se luta perde-se sempre.

A Câmara Municipal de Lisboa aprovou, por unanimidade, a criação de um Gabinete de Apoio às Colectividades em situação de emergência. A luta da população e colectividades forçou o presidente dos «unicórnios» a ceder. 

A associação mais antiga de Lisboa, que se encontra a braços com um processo de resistência contra um possível despejo, a Academia Recreio Artístico, promove mais uma celebração do Carnaval, reafirmando o espírito de liberdade e o associativismo. 

Esta é a história daqueles que reclamam o direito a existir. No n° 286, rua dos Fanqueiros, em plena baixa pombalina, uma associação faz da resistência parte da sua actividade. Na Lisboa do turismo excessivo, dos unicórnios e da gentrificação, há quem lute para manter um lugar na cidade que é sua.

«Os blocos de carnaval de rua de Lisboa têm sido obrigados a pagar valores altíssimos para serem autorizados pela Câmara Municipal de Lisboa», obrigando mesmo, em alguns casos, ao cancelamento das actividades.

«É defender o que ganhámos e projectá-lo como força organizada», diz João Bernardino, presidente da Confederação Portuguesa das Colectividades, em entrevista ao AbrilAbril, sobre o ano de comemorações do centenário. 

A Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD) realiza hoje em Évora uma sessão solene comemorativa do Dia Nacional das Colectividades e do seu 99.º aniversário.