Arábia Saudita

O Governo do Reino Unido reconheceu, esta segunda-feira, que bombas de fragmentação de fabrico britânico eram usadas na guerra de agressão contra o Iémen pelos sauditas, um aliado a quem os britânicos vendem armas no valor de milhares de milhões de libras.

A Assembleia Geral das Nações Unidas elegeu, ontem, 14 membros para o seu Conselho de Direitos Humanos (CDH). A Arábia Saudita foi reeleita; a Rússia ficou de fora.

O Secretário da Defesa do Reino Unido admitiu o envolvimento do país na intervenção militar no Iémen, apoiando estreitamente os sauditas. A coligação liderada pela Arábia Saudita é acusada de cometer atrocidades contra os civis.

Na sequência do ataque norte-americano a três radares móveis na costa do Mar Vermelho, o líder do movimento popular iemenita Ansarullah afirmou, ontem, que os EUA planeiam invadir a província ocidental de Hudaydah.

O bombardeamento de sábado, em Saná, foi um dos mais violentos e mortíferos levados a cabo pela aviação saudita desde o início da ofensiva contra o Iémen, há 18 meses. Estas atrocidades contam com o envolvimento britânico e dos EUA.

Quase 60 civis perderam a vida no Iémen, na sequência de ataques lançados, ontem e hoje, pela aviação saudita contra zonas residenciais nas províncias de Sa'ada e al-Hudaydah.

Os ataques aéreos sauditas no Iémen mataram pelo menos 14 pessoas, hoje, e 26, no sábado. Instada a suspender a venda de armas ao país árabe, a primeira-ministra britânica defendeu que a relação com os sauditas «ajuda a manter os britânicos seguros nas ruas».

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que os 18 meses de agressão saudita ao Iémen tenham provocado perto de 10 mil mortos.

Operários estrangeiros de uma empresa de construção na Arábia Saudita afirmam que não recebem há meses e que podem ser presos, uma vez que as autorizações de trabalho não foram renovadas e o seu patrão não os deixa abandonar o país.

Muitos milhares de pessoas manifestaram-se este sábado na capital do Iémen para apoiar o Supremo Conselho Político, recentemente criado com o objectivo de governar o país e fazer frente à ofensiva saudita.

Ataques aéreos levados a cabo pela coligação liderada pela Arábia Saudita vitimaram ontem dez crianças. Só na última semana os ataques da aviação saudita no Iémen vitimaram perto de 30 pessoas.

Milhares de operários indianos, paquistaneses e filipinos foram despedidos ou não recebem há vários meses na Arábia Saudita, que enfrenta uma grave crise económica. Muitos trabalhadores estão a passar fome.