Numa publicação feita nas redes sociais da empresa luso-palestina é feita uma descrição das frases pintadas no seu espaço da Mercearia de Arroios, com que se depararam ontem, quando acordaram «com o ódio escrito nas nossas janelas».
Em marcador permanente foi escrito, «Fuck Jihad» (que se lixe a Jihad), procurando associar todo e qualquer cidadão religioso muçulmano, ou árabe, a práticas terroristas e violentas, como se fossem todos iguais.
«Desde o primeiro dia que clientes e amigos, de mais de trinta nacionalidades, entraram nesta loja e tornaram-na no que ela é hoje: um lugar de tolerância, diversidade e de laços», afirmam, e por isso mesmo, mesmo que esse ódio procure, por este dias, crescer, «não passará», e «nós não teremos medo dele».
A Zaytouna dirige-se a «todos e todas os que sofrem de discursos de ódio, de racismo, de xenofobia, de homofobia, transfobia, e a todas as vítimas da Jihad e tantos outros grupos que promovem a violência e a intolerância: não tenham medo». A cada novo assalto «seremos sempre mais, e estaremos juntos, sempre», prometem.
Queixas por discriminação racial continuam a aumentar
A Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) recebeu, em 2020, 665 queixas de discriminação em função da «origem racial e étnica, cor, nacionalidade, ascendência e território de origem».
Este número representa um aumento de 50% face a 2019, mas, ainda assim, os números «continuam a não ser representativos», afirmou a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro. Há sete anos que o número de denúncias vem aumentando, o que em parte demonstra uma maior «literacia de direitos», considerou.
O preconceito pode manifestar-se de várias maneiras, desde o discurso generalizador, que pretende que todo um grupo de pessoas assuma uma característica negativa, à exclusão social, da qual um dos exemplos mais prementes é a recusa do acesso ao mercado de arrendamento em função das origens étnicas.
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