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|25 de Abril

«Ninguém mais cerra as portas que Abril abriu»

No 45.º aniversário da Revolução do 25 de Abril, em que dezenas de milhares de pessoas participaram no habitual desfile em Lisboa, o AbrilAbril falou com várias pessoas sobre a importância do dia nas suas vidas.

Manifestação do 25 de Abril na Avenida da Liberdade, Lisboa
Manifestação do 25 de Abril na Avenida da Liberdade, LisboaCréditos / AbrilAbril

Ao início da tarde, já milhares de pessoas começavam a reunir-se junto à Praça do Marquês de Pombal, em Lisboa, para participarem no tradicional desfile que comemora a Revolução de 25 de Abril de 1974, a qual faz 45 anos.

Começando a descer a Avenidade da Liberdade, o AbrilAbril encontrou Luís Oliveira, ex-trabalhador da Caixa Geral de Depósitos, entretanto reformado, que se encontrava a assistir ao arranque do desfile, junto ao passeio, e aceitou falar.

Questionado se tinha o hábito de participar nas comemoraçoes, Luís Oliveira afirmou que vem «sempre ao desfile» desde que este teve início, assinalando que, «curiosamente não assisti ao 25 de Abril em pessoa, porque estava a recuperar de uma intervenção cirúrgica, mas foi o único que falhei».

Luís Oliveira CréditosVN / AbrilAbril

Luís Oliveira explicou que, à altura da revolução de Abril, tinha 18 anos de idade e que o País antes do 25 de Abril era «triste». «Conhecia bem o que se passava à minha volta. Nas traseiras da minha casa havia um imenso bairro de lata que se extendia até Sete Rios, antes tínhamos muito pouco», lamentou.

«O que a gente assiste, após 45 anos, é que, apesar de terem havido retrocessos, as conquistas foram enormes. Não há nenhuma comparação entre o Portugal de agora e o Portugal de há 45 anos atrás. Vivemos num País diferente e isso só começou a partir de 25 de Abril de 1974», sublinhou.

Por sua vez, Maria Almeida, uma jovem mãe que participava no desfile com o seu filho de dez meses, aceitou falar com o AbrilAbril, tendo explicado que há já vários anos que vem às comemorações mas que é a primeira vez que vem com o seu filho.

«Acho que é muito importante virmos às comemorações do 25 de Abril. É uma maneira de, para além de comemorar esta data, fazer cumprir aquilo que foi conquistado com a revolução», afirmou.

Para Maria Almeida, o 25 de Abril trouxe grandes avanços para as mulheres, «não só em termos de liberdade, face à subjugação a que estavam sujeitas», mas sobretudo devido a outras conquistas, como os «direitos da maternidade».

Maria Almeida CréditosVN / AbrilAbril

«Hoje ainda há muito a fazer nesse âmbito, mas actualmente temos mais apoios e condições nesse sentido, como os apoios pré-natais, as licenças de maternidade, tudo isso foram conquistas da revolução» sublinhou.

Por outro lado, a jovem mãe afirmou que, apesar de «não ter vivido na altura», sabe que o 25 de Abril trouxe «muitos progressos». «Não só a liberdade e democracia, que acho que são muito importantes, mas também no acesso ao ensino, aos cuidados de saúde ou a uma habitação digna», acrescentou.

Já Henrique Costa, um jovem brasileiro vive em Portugal há 12 anos, depois de os seus pais terem emigrado para cá, disse que também tem o hábito de vir às comemorações, tendo afirmado que a revolução de Abril é «inspiradora».

Henrique Costa CréditosVN / AbrilAbril

«Para mim, como brasileiro e pessoa que não nasceu cá, considero que a revolução de Abril é um momento singular da história portuguesa, em que se rompeu com o fascismo, para um período novo de luta e resistência do povo para transformar o País e conquistar direitos, como o direito à habitação e o direito à igualdade», frisou.

Segundo Henrique Costa, no Brasil não houve «um processo destes tão forte e tão aglutinador», de «luta na rua para transformar o País e conquistar uma série de direitos», tendo realçado que, de momento, o actual governo brasileiro está a seguir um «caminho oposto de destruição de direitos sociais e civis». 

«Nestes 45 anos do 25 de Abril, a revolução de Abril, na minha perspectiva, é uma inspiração para o Brasil, para as difíceis lutas futuras que se aproximam contra o actual governo de Bolsonaro e a ameaça de uma nova ditadura militar», afirmou.

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