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|Madeira

Porto Santo: uma ilha abandonada pelos governos

A ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, vive uma situação de isolamento e abandono, agravada pela paragem para manutenção do barco que faz as ligações marítimas com a ilha da Madeira. 

Créditos / Porto Santo Line

Os residentes e os turistas queixam-se da falta de alternativas de transporte, da escassez de bens essenciais e da perda de receitas económicas. O governo regional (sobretudo) e o governo central negligenciam os direitos e as necessidades da população porto-santense, que se sente discriminada e esquecida.

O barco «Lobo Marinho», da empresa Porto Santo Line, é o único meio de transporte regular entre a ilha da Madeira e a ilha de Porto Santo. O barco faz uma viagem diária, com uma duração de cerca de duas horas e meia, transportando passageiros, veículos e mercadorias. No entanto, todos os anos, no mês de janeiro, o barco é retirado de circulação para manutenção, deixando a ilha de Porto Santo praticamente isolada.

A alternativa de transporte é o avião, mas as ligações aéreas são escassas, caras e sujeitas a cancelamentos devido às condições meteorológicas. Além disso, a capacidade do avião é limitada, não podendo transportar veículos nem grandes volumes de carga. A empresa espanhola Binter é a concessionária desta rota de obrigação de serviço público desde 2018, tem apenas um avião com 70 lugares, que faz dois voos por dia. Os bilhetes custam entre 86 e 120 euros, o que é proibitivo para muitos residentes na Madeira e também para muitos turistas. Para os residentes no Porto Santo o preço é de 19,50 euros. Contudo, com a paragem forçada do barco, conseguir um lugar no avião é um verdadeiro suplício.

«A empresa espanhola Binter é a concessionária desta rota de obrigação de serviço público desde 2018, tem apenas um avião com 70 lugares, que faz dois voos por dia.»

A falta de ligações marítimas tem um impacto negativo na economia e na qualidade de vida no Porto Santo. A ilha depende da importação de bens essenciais, como alimentos, medicamentos, combustíveis e materiais de construção, que chegam principalmente pelo barco. Com esta paragem, os stocks destes produtos ficam reduzidos, levando a situações de escassez, especulação e inflação. Os comerciantes e os consumidores reclamam da falta de variedade e de qualidade dos produtos disponíveis, bem como dos preços elevados.

O turismo representa a principal fonte de rendimento para muitas famílias. O Porto Santo é conhecido pela sua praia de areia dourada, com propriedades terapêuticas, e pelo seu clima ameno durante todo o ano. No entanto, com a paragem do barco, o número de visitantes diminui drasticamente, afetando a hotelaria, a restauração, o comércio e os serviços. Os empresários e os trabalhadores lamentam a perda de receitas e de empregos, e pedem medidas de apoio e de incentivo ao setor.

A população da ilha de Porto Santo sente-se abandonada pelo poder político, tanto regional como nacional. Os residentes acusam o governo regional, liderado pelo PSD, de não defender os interesses da ilha, de não investir em infraestruturas e equipamentos, de não apoiar o desenvolvimento económico e social, e de não garantir a continuidade territorial. Os residentes também acusam o governo central liderado pelo PS, agora em gestão, de não cumprir as suas obrigações constitucionais, de não respeitar a autonomia regional, de não financiar os serviços públicos, e de não assegurar a coesão nacional.

A população do Porto Santo merece mais respeito, mais atenção e mais solidariedade por parte dos governantes. Esta pequena ilha do arquipélago madeirense tem uma história, uma cultura, uma identidade e uma beleza próprias, que devem ser preservadas e valorizadas. A ilha de Porto Santo tem direito a um desenvolvimento sustentável, que garanta o bem-estar das suas gentes e a proteção do seu ambiente. A ilha de Porto Santo tem voz, que deve ser ouvida e atendida, na defesa dos seus direitos e na reivindicação das suas aspirações.


O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90)

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