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|Hungria

Trabalho «escravo» na Hungria

Os direitos dos trabalhadores húngaros estão a ser alvo de um grave ataque, com a proibição do direito à greve, a suspensão de legislação laboral e o cancelamento das convenções colectivas.

Manifestantes protestam contra as alterações ao código do trabalho, que chamam «lei da escravidão», na cidade de Tatabanya, nos arredores de Budapeste, Hungria, a 19 de Janeiro de 2019
Trabalhadores contra a «lei da escravidão» promovida pelo governo de direita de Viktor Órban, na HungriaCréditosEPA/Boglarka Bodnar HUNGARY OUT

A pandemia tem sido usada na Hungria como pretexto para atacar os direitos dos trabalhadores, a um nível que alguns descrevem como uma nova forma de escravatura.

Uma situação que levou a eurodeputada Sandra Pereira a questionar a Comissão Europeia (CE), com pedido de resposta escrita, fazendo eco de denúncias como o de as empresas poderem definir «um plano temporal de 24 meses, estipulando o número de horas que cada trabalhador tem de trabalhar durante esse período». Além disso, o trabalhador, se por qualquer motivo a produção abrandar, «fica obrigado a compensar mais tarde» e, no caso de se despedir, «terá de indemnizar a empresa no valor de um salário por cada mês em falta para o cumprimento do plano temporal».

Na pergunta enviada a Ursula Von der Leyen é ainda denunciado o facto de os trabalhadores húngaros estarem também «obrigados a horas extraordinárias, que podem ficar por pagar», com várias multinacionais, incluindo a indústria automóvel alemã, a aproveitarem «a mão-de-obra barata e sem direitos para se instalarem e operarem no país», nomeadamente a Volkswagen, Daimler, Bosch e Opel-General Motors.

Nesse sentido, a eurodeputada comunista questiona a CE sobre a «avaliação que faz desta situação» e se «alguma das empresas referidas recebe ou recebeu financiamento de fundos europeus para se instalar» na Hungria.

Recorde-se, a propósito, o artigo de Federico Fubini publicado no Público sobre a situação neste país, com críticas à CE por não ter aberto «um processo de infracção sobre alguns dos regulamentos laborais de Orbán», dando como exemplo, a «“lei de escravidão número um”, que estabelece dez horas extraordinárias obrigatórias por semana, claramente uma violação da Directiva 2003/88/CE sobre o tempo de trabalho».

Mas também, o facto de a Hungria ser «o principal cliente da indústria de armamento alemã», sublinhando que os contratos «datam da época em que a actual presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, era ministra da Defesa da Alemanha».

Federico Fubini denuncia ainda «a lei que privatiza os contratos de trabalho de 20 mil funcionários públicos do sector cultural (funcionários de museus, bibliotecas, arquivos e outras instituições) e cancela qualquer tipo de acordo colectivo», ficando cada um deles «vinculado ao governo através de um contrato individual».

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