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Rua Sésamo: vem sindicalizar, traz um amigo teu!

Na mesma semana em que 200 trabalhadores da produtora da Rua Sésamo, a Sesame Workshop, formalizaram a intenção de se sindicalizarem, a CEO apressou-se a anunciar um despedimento colectivo.

Sesame Workers Union
Créditos / Sesame Workers Union

«A Rua Sésamo ensinou, a várias gerações, a importância da bondade, da justiça e de defender o que está certo», afirmou Phoebe Gilpin, directora-sénior de aprendizagem formal na Sesame Workshop, a produtora do programa, na terça-feira, quando mais de 200 trabalhadores anunciaram a sua intenção de aderir ao Nonprofit Employees United (NEU), um sindicato norte-americano e canadiano de trabalhadores de empresas sem fins lucrativos.

Numa daquelas coincidências que habitualmente vemos em programas de televisão, a CEO desta organização sem fins lucrativos, Sherrie Rollins Westin, enviou um e-mail aos trabalhadores dando conta da imperiosa «necessidade» de despedir dezenas de pessoas: o grupo «não está imune aos actuais desafios económicos inerentes ao panorama dos meios de comunicação social em constante mudança».

Segundo o Sesame Workers Union, que ainda não foi formalmente reconhecido pela entidade patronal (embora já tenha recolhido o apoio de mais de 65% dos trabalhadores), o despedimento colectivo vai afectar cerca de 20% da força de trabalho: mais de 80 pessoas.

A CEO alega ainda que a não-renovação do contrato com a MAX (antiga HBO), anunciada em Dezembro de 2024, há perto de três meses, pesou também na decisão de «reduzir significativamente o pessoal» e cortar os «benefícios e bónus» dos restantes. Embora nunca justificando a razão que a levou a divulgar esta informação horas depois do anúncio da sindicalização dos trabalhadores, Sherrie Rollins Westin assume existirem «outros motivos».

«Acreditamos profundamente na missão da Rua Sésamo de ajudar as crianças a crescerem mais inteligentes, mais fortes e mais gentis», defendeu Autumn Sancho, coordenador da produção digital. «Ao mesmo tempo, vemos como as nossas condições de trabalho afectam diretamente a nossa capacidade de cumprir essa missão. Unindo-nos, acreditamos que podemos construir um local de trabalho mais favorável que nos permita continuar o trabalho no qual as famílias de todo o mundo confiam».

«Nós SOMOS um sindicato, QUEREMOS um sindicato e estamos a AGIR como um sindicato... com muito orgulho».

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