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PM atacou com violência manifestantes anti-golpe em São Paulo

A Polícia Militar do Estado de São Paulo (PM) atacou de forma «arbitrária e violenta» os manifestantes que, esta segunda-feira, protestavam na Avenida Paulista contra o processo de destituição de Dilma Rousseff.

PM reprimiu com violência manifestação de apoio a Dilma Rousseff em São Paulo
PM reprimiu com violência manifestação de apoio a Dilma Rousseff em São PauloCréditosTeleSur

Milhares de pessoas vieram, ontem, para as ruas de várias cidades brasileiras denunciar o processo de impeachment movido contra a presidente eleita, Dilma Rousseff, e aquilo que consideram ser um golpe de Estado em curso.

As mobilizações, convocadas pelas frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, tiveram lugar precisamente no dia em que a presidente afastada assumiu a sua defesa no Senado, no âmbito do julgamento político que enfrenta.

Em São Paulo, a mobilização de apoio a Dilma decorria de forma pacífica na Avenida Paulista, mas foi atacada de forma violenta pela PM quando os manifestantes se aproximaram da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), uma organização que, para os promotores da marcha, é «patrocinadora do golpe».

De acordo com o Brasil de Fato, o Corpo de Intervenção [Tropa de Choque] da PM bloqueou a passagem aos manifestantes argumentando que «grupos pró-impeachment estariam no local e que a instituição que não havia sido informada do trajecto». E atirou bombas de gás lacrimogéneo para o meio da multidão.

«Isso é um sinal de que, consumado o golpe amanhã ou depois, virá um processo duro de repressão aos movimentos sociais, inclusive colocando em risco nosso direito de se manifestar, garantido na Constituição. É uma violência o que eles estão fazendo», afirmou o coordenador da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, citado pelo Brasil de Fato. Para Bonfim, o papel exercido pela PM ontem à noite foi o de «proteger a Fiesp, onde tem meia dúzia de golpistas».

Entoando palavras de ordem mais fortes contra o presidente interino, Michel Temer, e a Polícia Militar, os manifestantes tentaram reorganizar a mobilização e os coordenadores das duas frentes tentaram renegociar o trajecto com o comandante da operação, mas este informou-os que a manifestação não seguiria pela Avenida Paulista.

Então, ergueram-se barricadas para retardar a acção da PM, que continuou a atacar os manifestantes com balas de borracha, bombas de gás lacrimogéneo e jactos de água. Muitos manifestantes ficaram feridos e um foi detido, informa o Brasil de Fato, que dá conta também de agressões a jornalistas que cobriam a manifestação.

Dilma Rousseff assumiu a sua defesa

Afastada temporariamente do cargo desde 12 de Maio último e submetida agora a um julgamento político por decisão do Senado Federal, a presidente eleita do Brasil e a sua defesa denunciaram, desde o início, que o processo se configura como um golpe de Estado.

Para que o mandato de Rousseff seja interrompido de forma definitiva é necessário que dois terços do plenário do Senado (54 dos 81 senadores) considerem que a presidente é «culpada». Se mais de 27 senadores votarem a favor de Dilma, esta reassumirá a chefia do Estado mal seja publicada a sentença de absolvição.

O julgamento político da presidente, que está a decorrer em Brasilia, prossegue, hoje, com mais intervenções da acusação e da defesa, prevendo-se que a votação final tenha lugar na madrugada desta quarta-feira, refere a Prensa Latina.

Ontem, Dilma assumiu a sua defesa no plenário do Senado e, numa sessão que se prolongou por mais de 13 horas, insistiu que não cometeu o crime de responsabilidade, desmontando de forma exaustiva os elementos em que a acusação se baseia.

A presidente sublinhou, para além disso, que qualquer processo de impeachment que avance sem a existência do crime de responsabilidade constitui «um ataque claro e integral à Constituição» e «um golpe de Estado».

«Estamos a um passo da concretização de um verdadeiro golpe de Estado», disse, destacando ainda o facto de este processo ter tido início na chantagem explícita do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

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