Israel usou aviões civis como escudo em novo ataque aéreo na Síria

O Ministério russo da Defesa acusou hoje Israel de «violação grosseira da soberania» da Síria, na sequência de um ataque aéreo realizado na noite desta terça-feira contra alvos em território sírio.

O ataque foi realizado por seis caças israelitas F-16 que usaram, mais uma vez, o espaço áereo libanês como ponto de entrada, tendo como alvo vários locais próximos de Damasco. Dos 16 mísseis lançados, só dois atingiram os seus alvos: dois armazéns de munições, tendo três pessoas ficado feridas.

«É evidente que se trata de uma violação grosseira da soberania da Síria», afirmou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, manifestando «grande preocupação» perante os ataques e os meios gravosos usados para concretizá-los.

Rússia responde ao abate do Il-20 com reforço da defesa anti-aérea síria

Nomeadamente, o Ministério russo da Defesa denuncia que os seis F-16 usaram como escudo dois aviões comerciais, tendo colocado ambos em «perigo real» quando se preparavam para aterrar nos aeroportos de Beirute (Líbano) e Damasco (Síria).

Segundo a RT, Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério russo da Defesa, afirmou que apenas o facto das forças militares sírias terem optado por não utilizar mísseis terra-ar e o bloqueio eletrônico permitiu «evitar uma tragédia». Tal possibilitou que um dos aviões fosse desviado a tempo, pelo controlo aéreo de Damasco, para um aeroporto de reserva em Khmeimim.

Em Setembro, um avião de reconhecimento russo Il-20 foi abatido pelo sistema anti-aéreo sírio, tendo resultado na morte de todos os 15 tripulantes. O avião em causa foi usado como escudo pelos caças israelitas durante um ataque em território sírio.

Até ao momento, Israel não confirmou o ataque, tendo apenas reportado que activou o seu sistema anti-aéreo para abater um outro míssil anti-aéreo sírio, na  sequência das medidas defensivas da noite passada.