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|Jogos Olímpicos - Rio de Janeiro 2016

Dia de abertura marcado por protestos

Abertura dos Jogos Olímpicos com vaia a Temer

Estão oficialmente abertos os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O dia de ontem foi marcado por uma pomposa cerimónia, mas igualmente por uma onda de protestos contra o Governo interino de Michel Temer.

Protesto no Rio de Janeiro no dia de abertura dos Jogos Olímpicos
Protesto no Rio de Janeiro no dia de abertura dos Jogos OlímpicosCréditosLuciano Luz / Delegação NINJA

Oficialmente, os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro tiveram início ontem, com a cerimónia de abertura no Maracanã, embora os torneios de futebol já tenham começado na quarta (o feminino) e na quinta-feira (o masculino). Estes são os primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul.

Numa cerimónia de abertura marcada pela demonstração da cultura brasileira, a música teve um papel de destaque. Nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Jorge Ben Jor passaram pelo palco e o espectáculo terminou ao som das 12 baterias das escolas de samba do Carnaval de 2016.

Mas a noite ficou igualmente marcada pela vaia com que Michel Temer foi brindado. A intervenção do presidente em exercício, a declarar abertos os Jogos, durou poucos segundos - suficientes, no entanto, para as bancadas tornarem audível o seu repúdio pelo político.

Os protestos não ficaram por aqui. O presidente da Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (CUT), Marcelo Rodrigues, prestou declarações a jornalistas sobre a vaga de protestos no Brasil durante o dia: «Denunciamos, aqui, o golpe para o mundo, aproveitando que é o dia de abertura dos Jogos Olímpicos».

Manifestação contra o golpe

Milhares de pessoas participam desde a manhã, no Rio de Janeiro, numa manifestação para denunciar à comunidade internacional o golpe em curso no Brasil, com o afastamento da presidente eleita, Dilma Rousseff, e contra as medidas aplicadas pelo governo interino de Michel Temer, que os manifestantes consideram «um retrocesso nos direitos». 

O protesto teve início na Zona Sul do Rio, em frente ao Hotel Copacabana Palace. Depois, os manifestantes seguiram em manifestação até ao Maracanã.

Organizada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a manifestação seguia pela Avenida Conde do Bonfim em direcção à Praça Afonso Penna, na Tijuca, quando foi impedida de continuar o trajecto pela cavalaria da Polícia Militar. O impasse durou cerca de 15 minutos e os manifestantes puderam prosseguir, sempre escoltados por policiais do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos. Segundo informações do Mídia Ninja, a manifestação decorreu pacificamente até ao início da noite, altura em que a Polícia, «com o intuito de dispersar a manifestação que se aproximava do Estádio do Maracanã, intensificou as revistas no perímetro do local», tendo agredido manifestantes e lançado bombas de gás lacrimogéneo.

No contexto dos Jogos Olímpicos que agora começam, tem havido diversas expressões de descontentamento com o processo político do Brasil. Segundo a Opera Mundi, Alejandra Benítez, esgrimista e ex-ministra do Desporto venezuelana, recusou-se a saudar Temer na cerimónia de abertura. Na quinta- feira, o músico brasileiro que transportava a tocha baixou os calções e mostrou pintada no corpo a frase que já se vem tornando um símbolo dos protestos: «Fora, Temer».

Na próxima terça-feira, terá lugar a votação no Senado sobre a destituição de Dilma Rousseff, no âmbito do processo de impeachment.

Ainda sobre a cerimónia de abertura

Depois do hino tocado por Paulinho da Viola, ao violão, num palco inspirado pela obra de Oscar Niemeyer, a cerimónia, que teve direcção criativa de Fernando Meirelles (realizador do filme Cidade de Deus), Andrucha Waddington e Daniela Thomas, fez desfilar pelo Maracanã a história do Brasil. Celebrou os indígenas, assinalou o primeiro encontro destes com os europeus e depois a chegada forçada dos africanos e o esclavagismo. O Brasil contemporâneo surgiu simbolizado pela densidade das suas maiores cidades e ao som de «Construção», de Chico Buarque.

As 207 comitivas coloriram o Maracanã com as suas bandeiras. A Grécia, como é tradição, liderou um desfile que durou quase duas horas e foi encerrado com a entrada da comitiva brasileira no palco. Imediatamente antes dos anfitriões, desfilaram os dez elementos que integram a equipa olímpica de refugiados: seis atletas (cinco sul-sudaneses e um etíope), dois nadadores sírios e dois judocas da República Democrática do Congo. A comitiva portuguesa foi a 153.ª a subir ao relvado, tendo sido recebida com uma ovação.

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