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Fuga para a frente!

O problema do recrutamento para as Forças Armadas não se resolverá com artifícios e malabarismos: é preciso estratégia e investimento.

Uma petição entregue na Assembleia da República, propondo que a idade máxima de ingresso nas Forças Armadas e nas forças de segurança pela via profissional seja aumentada para os 35 anos, parece ter tido eco em diversos grupos parlamentares. Segundo relata o Público (6 de Julho), «PSD, PS e CDS concordam que é necessário aumentar a idade máxima de ingresso nas Forças Armadas e nas forças de segurança».

Ora bem, em 1999, por proposta do governo de António Guterres (PS), com o apoio inequívoco do PSD e do CDS-PP, foi extinto o Serviço Militar Obrigatório (SMO).

Entrávamos assim num período de «profissionalização» das Forças Armadas (FA's), que passavam a concorrer no mercado de trabalho, na expectativa de que o aumento do desemprego e a baixa de salários pudessem alimentá-las. Aos que, dentro e fora da instituição militar, na altura alertaram para o perigo da extinção do SMO e as suas consequências desastrosas para o recrutamento militar, a resposta foi a criação de um regime de incentivos que começou por ser muito generoso, mas que progressivamente foi sendo restringido e incumprido.

Esta ideia de aumentar a idade de incorporação, cujo défice se verifica sobretudo nos quadros não permanentes e ao nível dos praças é, sem dúvida, uma irresponsável fuga para a frente que, em última análise, pretende fazer entrar para o serviço militar homens e mulheres numa idade em que estes já se deveriam estar a «preparar para sair», nomeadamente de algumas especialidades. Bastará atender às recentes declarações do director nacional da PSP, manifestando preocupação pela idade média do efectivo ser de 50 anos ou para aquela que é a idade média nos praças fuzileiros.

Não é seguramente este o caminho para corrigir o elevado défice no recrutamento das nossas FA's, nem pensar que o problema se resolverá apenas com manobras publicitárias, por mais atractivas e «modernas» que se apresentem.

Revogar a decisão do anterior governo que retira, nos três primeiros meses da formação complementar, a graduação aos militares em regime de contrato e voluntariado e reduz a sua remuneração mensal, cumprir o regime de incentivos, nomeadamente em relação à Formação Certificada e investir em Instalaçôes, designadamente camaratas e refeitórios, seria um passo. Sem essa melhoria nas condições de vida não há propaganda que resista.

Por fim, lembrar que quando, por razões economicistas, extinguiram os centros de recrutamento espalhados pelo País e optaram pela centralização, esqueceram-se que os grandes meios de comunicação e as redes sociais não resolvem tudo. Os centros de recrutamento cumpriam um objectivo essencial de percorrerem vilas e cidades, escolas, festas e feiras num contacto tão directo quanto necessário e, sem o qual, não passaremos do recrutamento virtual.

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