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António Costa recorre à semântica para pedir maioria

Na festa que marcou o «regresso» das férias de Verão, António Costa pediu «mais força» ao PS para ganhar as eleições do próximo ano e falou das «maravilhas» alcançadas pela actual solução política.

António Costa apresentouCréditos / Arménio Belo

Foi em Caminha, no distrito de Viana do Castelo, que o primeiro-ministro António Costa discursou em jeito de pré-campanha eleitoral, na chamada «rentrée» do PS.

Tal como havia referido ao Expresso no início de Agosto, não pediu uma maioria absoluta, mas fê-lo indirectamente ao pedir «mais força» no partido que lidera e argumentando que o PS é «imprescindível para que haja um governo de esquerda em Portugal».

«Não há nenhum governo progressista em Portugal sem que o PS tenha força para formar esse governo», insistiu Costa. No entanto, recorde-se, não foi de progresso que se ouviu falar entre os trabalhadores aquando das alterações à legislação laboral levadas a cabo pelo Governo do PS, mediante acordo com os patrões e a UGT; do chumbo das 35 horas para todos os trabalhadores ou da legislação referente à transferência de competências para as autarquias locais, com base no acordo estabelecido com o PSD, partido sobre o qual o primeiro-ministro já admitiu «não ter lepra».

Enquanto puxava dos galões e parecia querer pôr pressão nos partidos que permitiram a actual solução política e a reposição de direitos e rendimentos, António Costa disse ontem: «Não vamos pôr em causa aquilo que conquistámos.» 

Ao mesmo tempo, enunciou medidas que só não foram mais longe por causa do travão do PS, por exemplo no que toca ao aumento do salário mínimo nacional.

Apesar de admitir que «nem tudo são rosas», o secretário-geral do PS falou dos mil dias desde a formação do Governo – «mil dias, mil maravilhas», desviando-se de questões como as carreiras dos docentes.

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