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|Venezuela

Venezuela repudia «tentativas de chantagem e intromissão» nos seus assuntos internos

O executivo de Caracas repudiou as mais recentes tentativas de ingerência nos assuntos internos do país por parte dos EUA, que classificou como «um ultimato a toda a sociedade venezuelana».

Milhares de apoiantes do processo bolivariano, no final da marcha pela independência e soberania nacional, na Avenida Bolívar, Caracas (Venezuela), a 19 de Abril de 2017
Milhares de apoiantes do processo bolivariano, no final da marcha pela independência e soberania nacional, na Avenida Bolívar, Caracas (Venezuela), a 19 de Abril de 2017CréditosCristian Hernández / EPA

Em comunicado emitido esta terça-feira, o Ministério venezuelano dos Negócios Estrangeiros afirma que, «através da coerção e da ameaça», Washington «procura impor o golpismo, não reconhecer as instituições da República, aplicar novas medidas coercivas e desestabilizar a economia venezuelana e o bem-estar do seu povo».

O documento, publicado no Twitter (X) pelo diplomata Yván Gil, rejeita de forma «absoluta e inequívoca o intervencionismo neocolonialista que a partir de Washington se tenta impor contra um país independente que exerce plenamente a sua soberania nacional e que tem direito a escolher o seu próprio destino sem a constante pressão e agressão de um governo cúmplice do massacre e do genocídio em Gaza, com um historial sangrento de violações dos direitos humanos na Nossa América e com prontuário de repressão à sua própria população indígena, afrodescendente e migrante».

O governo de Caracas apelou à união e mobilização do povo venezuelano em defesa da «soberania nacional» e à solidariedade internacional, «para repudiar esta arremetida intervencionista de apoio a sectores da oligarquia […] ligados a apelos passados à imposição de sanções ilegais».

«A Venezuela não cederá perante nenhuma chantagem. As suas instituições continuarão a cumprir as leis e a Constituição nacional, de acordo com o mandato recebido do povo», afirma o texto.

EUA a defenderem os seus aliados da direita extrema na Venezuela

A resposta de Caracas segue-se ao anúncio do Departamento do Tesouro norte-americano de que iria alterar a licença 43, de 18 de Outubro de 2023, que autorizava a empresa mineira venezuelana a realizar transacções da produção e comercialização de ouro.

Por via desta alteração, os Estados Unidos «voltam a impor as sanções ao sector do ouro da Venezuela» e proíbem as operações da Compañía General de Minería, que haviam sido autorizadas através da licença 43.

William Castillo, vice-ministro venezuelano da Economia e Finanças, explicou que se trata da resposta de Washington à confirmação, pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), da inabilitação de María Corina Machado, o que, em seu entender, «prova sem dúvida alguma» que «é a mulher de Washington e que a pretendem impor à ponta de sanções».

Recorde-se que Corina Machado foi inabilatada para o exercício de cargos públicos por 15 anos, com base em irregularidades alegadamente cometidas quando era deputada – levando Josep Borrell, alto representante para os Assuntos Externos e a Política de Segurança da União Europeia, a armar-se de imediato em seu paladino defensor.

Corina Machado é considerada, mesmo entre os meios da oposição, um membro da «ala radical». Recorde-se que, em 2019, defendeu abertamente a política de máxima pressão contra a Venezuela proposta por Donald Trump, os falcões de Washington e gusanos de Miami.

Em Junho de 2020, Corina Machado defendeu inclusive a legitimidade da «obrigação de intervir e o Direito a Proteger (R2P)», ou seja, a intervenção militar norte-americana no seu país e o fim da «usurpação» – forma como os da direita caprilesca e afins se referiam ao governo legítimo da Venezuela – pela força, lembra o portal Misión Verdad.

Matthew Miller a defender «democracia americana» na Venezuela e Rodríguez a dizer «não» ao ultimato

Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, também veio ao terreiro do Twitter (X) bater-se pela «democracia» na Venezuela, confirmar a re-imposição das sanções ao ouro venezuelano e ameaçar com mais medidas de coerção caso Caracas insista em não aceitar os parâmetros da «democracia» gringa, ou seja, em não aceitar os candidatos da extrema-direita amigos de Washington.

Além de Corina Machado, também Henrique Capriles, outro da «ala radical» da direita e criminoso foragido a quem Espanha deu guarida, viu confirmada pelo STJ a inabilatação de 15 anos que lhe havia sido imposta.

Tal como a chancelaria, a Assembleia Nacional da Venezuela pronunciou-se contra as acções de ingerência dos EUA, nomeadamente pela voz do presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez.

«Nenhum Estado pode envolver-se ou imiscuir-se nos assuntos que correspondem a outro Estado», disse Rodríguez, acrescentando que os EUA procuram gerar danos económicos.

Em seu entender, a resposta a este ultimato deve passar pela elaboração de um calendário eleitoral, para reafirmar que na Venezuela «é o povo que toma as decisões».

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