|Síria

Autoridades sírias denunciam

Ocidente é cúmplice nos ataques terroristas a Damasco

O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros exigiu a condenação «imediata e firme» das Nações Unidas aos ataques de grupos terroristas radicados na região de Ghouta Oriental contra Damasco e seus arredores, que nas últimas semanas provocaram dezenas de mortos e feridos.

No passado dia 18, o Exército Árabe Sírio confirmou que iria dar início a uma grande ofensiva para erradicar os terroristas de Ghouta Oriental, na província de Damasco
Créditos / Al-Masdar News

Numa carta dirigida esta terça-feira ao Conselho de Segurança das Nações Unidas e ao Secretário-Geral desta organização, o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros denunciou a «grave escalada» nos ataques de grupos armados terroristas localizados em Ghouta Oriental a Damasco, afirmando que, em poucas horas, esses grupos lançaram mais de 40 obuses contra a capital do país e as zonas rurais circundantes.

Essas acções – lê-se no documento, citado pela agência Sana – provocaram a morte a seis pessoas e deixaram feridas 29, além de causarem danos em áreas residenciais, escolas, hospitais e outros estabelecimentos públicos, e ainda em sedes de missões diplomáticas.

Os ataques registados ontem – que hoje já tiveram sequência, provocando mais vítimas mortais entre a população civil – seguem-se aos que, de acordo com a missiva, ocorreram nas últimas sete semanas, diariamente, a partir de Ghouta Oriental. Neste período, foram disparados mais de 1500 obuses e morteiros contra Damasco e arredores, provocando centenas de mortos e feridos, na sua grande maioria civis, indicam as autoridades sírias.

Agentes ocidentais insistem no guião de Alepo

No mesmo documento, o Ministério afirma que esta escalada ocorre num momento em que responsáveis ocidentais «levam a cabo campanhas que só podem ser classificadas como apoio directo aos terroristas», pelo que os considera «cúmplices dos crimes dos terroristas contra civis inocentes». Como em Alepo.

O governo sírio, que tem em curso uma ofensiva contra os extremistas da Al-Nusra em Ghouta Oriental, na província de Damasco, defendeu o seu direito «a defender os seus cidadãos, a lutar contra o terrorismo e a confrontar aqueles que o financiam», e exigiu das Nações Unidas uma condenação «imediata e firme» dos ataques terroristas.

Civis como escudos humanos

O governo sírio denunciou por diversas vezes o facto de os grupos terroristas localizados em Ghouta Oriental usarem a população local como escudo humano.

Na segunda-feira, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, também responsabilizou a Frente al-Nusra pelas condições em que a população civil vive naquela região de Damasco, onde é mantida como um «escudo humano», disse, citado pela PressTV.

Falando em Moscovo, o ministro russo sublinhou o «enorme esforço» para alcançar acordos sobre a evacuação de pessoas a necessitarem de assistência médica. Já as tentativas para chegar a um acordo sobre uma evacuação em larga escala da população civil foram rejeitadas pelos terroristas da al-Nusra, que «os quer manter como escudos humanos», reforçou Lavrov.

Preocupação do secretário-geral da ONU

Entretanto, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, mostrou-se «muito preocupado pelo agravamento da situação em Ghouta Oriental e os efeitos devastadores nos civis», tendo pedido a todas as partes envolvidas no conflito que se atenham aos princípios básicos do Direito Humanitário.

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