Sobre o trabalho que a fundação Un Mundo Mejor Es Posible (Ummep) realiza no país sul-americano, no âmbito da Operação Milagre, a associação Euskadi-Cuba preparou, em conjunto com outras organizações, uma série de conferências em quatro localidades biscainhas e uma guipuscoana, entre hoje e o próximo dia 10.
Com o título «Argentina: movimento popular e cooperação médica de Cuba», as conferências de Javier Motta, da Ummep, terão lugar a 2 e 3 de Outubro na comarca biscainha de Ezkerraldea (em Sestao e Santurtzi, respectivamente); dia 5, em Bilbau; dia 9, em Arrasate (Guipúscoa) e dia 10 em Basauri (Biscaia).
O objectivo, segundo explica o portal cubainformacion.tv, é divulgar o trabalho que a Ummep leva a cabo, de forma articulada com organizações e movimentos populares argentinos, no Centro Oftalmológico Dr. Ernesto «Che» Guevara, na cidade de Córdoba.
Motta dará a conhecer, sobretudo, as actividades que a fundação desenvolve – através da cooperação Sul-Sul de Cuba no seu país – na moderna unidade clínica, construída com o apoio de sindicatos.
Ali, são realizadas as consultas e as cirurgias às cataratas, no âmbito do programa humanitário conhecido como Operação Milagre. De acordo com a Ummep, na Argentina foram operadas com êxito mais de 50 mil pessoas, evitando que ficassem cegas, por causas curáveis.
O projecto humanitário Missão Milagre ou Operação Milagre foi instituído em 2004, por iniciativa dos governos de Cuba e da Venezuela, no âmbito dos programas de integração dos povos da América Latina, com o propósito de tornar possível que pessoas com baixos recursos fossem operadas a diversos problemas de carácter oftalmológico.
Implementação do programa de alfabetização «Sim, Eu Posso»
Logo em 2003, a Ummep começou a aplicar na Argentina o programa de alfabetização «Sim, eu posso», um outro projecto solidário concebido por Cuba, no domínio da Educação.
Com o apoio de centenas de voluntários e em coordenação com sindicatos, organizações sociais, municípios e ministérios da Educação provinciais, a Ummep ajudou a alfabetizar mais de 33 mil pessoas na Argentina.
O método de ensino «Yo sí Puedo» foi criado por um grupo de pedagogos cubanos, liderados por Leonela Relys Díaz (falecida em 2015), que desenvolveram uma campanha de alfabetização pela rádio no Haiti em 2001, e que foi posteriormente adaptado a diferentes realidades sociais e línguas.
Até à data, revela a agência Prensa Latina, cerca de 11 milhões de pessoas em 30 países aprenderam a ler e a escrever com esta ferramenta de ensino, que permitiu a vários países do continente (como Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Equador) serem declarados livres de analfabetismo pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Pelos seus excelentes resultados, o programa recebeu o Prémio Unesco de Alfabetização 2006 Rei Sejong, que foi atribuído ao Instituto Pedagógico Latino-americano e das Caraíbas, com sede em Cuba.
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