O 20 de Novembro, que passará, após confirmação do presidente Lula da Silva, a ser reconhecido como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, já era considerado feriado em seis estados brasileiros e cerca de 1200 cidades. Na quarta-feira, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o novo feriado nacional por 286 votos favoráveis, contra 121.
«Talvez pareça a muitos uma iniciativa menor, meramente simbólica. Mas não o é. Porque símbolos são importantes. São datas alusivas ao que o País considera mais relevante em sua história», afirmou a deputada Reginete Bispo, do PT, uma das relatoras do projecto. É um primeiro passo da Bancada Negra parlamentar (formada por deputados de várias bancadas) no combate ao racismo e na promoção da igualdade racial no Brasil.
Embora ainda falte o crivo presidencial, o Ministério da Igualdade Racial, liderado por Anielle Franco, considerou a aprovação deste projecto um momento importante: «a data é um marco para a memória, orgulho e cultura negra brasileira, para a luta de todas aquelas e aqueles que lutaram por liberdade e igualdade para a população negra!».
«É o reconhecimento dos mais de 300 anos da população escravizada no Brasil», declarou Carol Dartora, também do PT. Zumbi dos Palmares é o mais conhecido líder dos quilombolas, comunidades fundadas e geridas por escravos fugidos das senzalas e fazendas coloniais. Zumbi foi morto a 20 de Novembro de 1695, decapitado e a sua cabeça exposta em Recife.
Segundo o escritor Edison Carneiro, «Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e prática da cultura africana no Brasil Colonial». É em sua homenagem que o Dia da Consciência Negra é assinalado a 20 de Novembro.
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