No seu portal, a PAME classifica a greve geral deste 10 de Junho como um «enorme êxito» e informa que «paralisou» o país helénico «de uma ponta à outra», numa jornada também marcada por grandes manifestações em várias cidades gregas.
O transporte urbano não funcionou, revela a central sindical. Metro e comboios estiveram parados e os navios não saíram dos portos. Também houve grande impacto em sectores como Saúde, Educação, Comunicação Social e Indústria.
A greve geral, tal como as manifestações da semana passada e outros protestos, tem como alvo a proposta de lei do governo de Kyriakos Mitsotakis, que, apresentada em Maio, permite aumentar a jornada laboral até às dez horas diárias, transforma o domingo num dia laboral, ataca a negociação colectiva, restringe a actividade sindical e cerceia o direito à greve.
Um dos pontos mais criticados na proposta de reforma laboral é transformação da lnspecção do Trabalho num organismo independente, que vai a concurso público e deixa de depender do financiamento do Estado, o que, defendem os sindicatos, implicará a degradação de um organismo vital para a defesa dos direitos dos trabalhadores, informa o portal swissinfo.ch.
Milhares nas ruas
As manifestações promovidas pelos sindicatos em várias cidades da Grécia contaram com a participação de milhares de trabalhadores, centradas na defesa da jornada laboral de oito horas e na denúncia de uma proposta de lei que «pretende levar as condições laborais dos trabalhadores gregos de volta para a Idade Média».
Como exemplo da elevada participação dos trabalhadores em greve, a PAME refere que, em Atenas, quase duas horas depois do início da manifestação, ainda havia pessoas a chegar ao centro da cidade – e havendo mais três mobilizações convocadas na região da Ática (Pireu, Lavrio e Elefsina).
Em declarações à imprensa, o secretário-geral do Partido Comunista da Grécia (KKE), Dimitris Koutsoumbas, afirmou que, «independentemente do que este governo faça, a proposta de lei está condenada pela consciência da classe trabalhadora» e destacou que «a última palavra é dos trabalhadores, dos jovens e das mulheres, que a podem entender e mandar para o sítio onde pertence, o caixote do lixo. De modo que não tenham de viver uma vida de escravos no século XXI».
Uma nova jornada de luta foi convocada para o próximo dia 16 de Junho.
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