A proposta que contempla o aumento da idade legal de reforma dos actuais 62 para os 64 anos contou com o apoio decisivo de Os Republicanos (conservadores), que são o grupo maioritário no Senado.
O projecto de lei será agora analisado por uma comissão conjunta de senadores e deputados, antes de regressar à da Assembleia Nacional, a 16 de Março, refere a TeleSur.
No dia da aprovação na Câmara Alta, mais de um milhão de manifestantes por todo o país, 300 mil dos quais em Paris, segundo a CGT, voltaram a contestar a proposta governamental.
Tratou-se da sétima jornada de mobilização e greves, desde 19 de Janeiro, convocada pela Intersindical, que reúne oito sindicatos, incluindo a Confederação Geral do Trabalho (CGT) e Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT).
Num comunicado, a Intersindical criticou o «desprezo» em que o presidente Emmanuel Macron insiste, uma vez que se recusa a receber os sindicatos para abordar a proposta de lei – que é também questionada por implicar um aumento do período de contribuições e a eliminação dos regimes especiais de pensões conquistados pelos trabalhadores.
As organizações sindicais acusam Macron de ignorar a rejeição maioritária no país da reforma das pensões e solicitam ao governo que organize sem demora uma consulta popular sobre a questão.
Tendo em conta a ampla rejeição que o projecto suscita, o secretário-geral da CFDT, Laurent Berger, considera que a solução passa por perguntar ao povo francês se quer a reforma, enquanto Philippe Martinez, secretário-geral da CGT, afirma que Macron não tem interesse em fazer essa consulta porque sabe que não será apoiado pelo povo.
No documento publicado este sábado, a Intersindical exorta ainda todos os sectores de actividade a manter e amplificar o actual movimento de luta, com o intuito de alcançar a retirada do projecto de lei.
Neste sentido, apela à participação na nova jornada de greves e manifestações convocada para a próxima quarta-feira, dia 15, dia em que a comissão conjunta analisa o projecto.
Igualmente no sábado, a CGT emitiu um comunicado de imprensa a valorizar a jornada de luta, com iniciativas em quase 250 pontos do país, que, em seu entender, são uma resposta clara da população ao «desprezo» de Macron e do governo.
Acusando o executivo de estar às ordens do patronato para fazer trabalhar mais os trabalhadores, a central sindical de classe afirma: «multipliquemos e amplifiquemos as lutas.»
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