Saiu (por enquanto) a Ucrânia, entrou Marrocos. A candidatura de Portugal, Espanha e Marrocos à realização do Mundial de Futebol de 2030 já está oficializada, em competição com a proposta latino-americana de Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile. A decisão só será tomada pela Federação Internacional de Futebol (FIFA) em Setembro de 2024.
A candidatura dos países ibéricos (e Marrocos) conta já com o apoio da Confederação de Futebol Africana, beneficiando do abandono das pretensões sauditas à realização do Mundial na sua região.
O país magrebino, liderado pelo rei Maomé VI de Marrocos, já está a investir na infra-estrutura para fortalecer aquele que será (se for aceite) o primeiro Mundial de Futebol realizado em simultâneo, em dois continentes. Um dos estádios em construção é localizado em Dakhla, uma cidade de mais de 50 mil habitantes no Saara Ocidental, ocupada ilegalmente pelo reino de Marrocos.
Trinta deputados no Parlamento Europeu (PE) denunciaram a situação, numa carta enviada ao presidente da FIFA, Gianni Infantino: «A realização de eventos internacionais, como é o caso de jogos e torneios de futebol, em territórios ocupados pode ser contrária aos princípios do direito internacional, uma vez que violaria as obrigações das forças de ocupação em não explorar os recursos e a população do território ocupado em seu próprio benefício, tal como consagrado na Quarta Convenção de Genebra de 1949 e noutras regras do direito humanitário internacional.»
Os deputados, onde se incluem João Pimenta Lopes e Sandra Pereira (PCP) e José Gusmão e Marisa Marias (BE), defendem, como tem vindo a ser reafirmado em repetidas resoluções da ONU, que «o povo saharaui e os seus representantes legais são os únicos que devem ser capazes de decidir sobre a utilização do seu território legítimo e dos recursos nele existentes».
Por outro lado, realçam, a FIFA não pode ser cúmplice de uma ocupação militar ilegal. A organização, ao avaliar a candidatura tripartida de Espanha, Portugal e Marrocos, «não deve incluir, entre os locais propostos, nenhum situado nos territórios ocupados do Saara Ocidental», frisam.
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