(function(i,s,o,g,r,a,m){i['GoogleAnalyticsObject']=r;i[r]=i[r]||function(){ (i[r].q=i[r].q||[]).push(arguments)},i[r].l=1*new Date();a=s.createElement(o), m=s.getElementsByTagName(o)[0];a.async=1;a.src=g;m.parentNode.insertBefore(a,m) })(window,document,'script','https://www.google-analytics.com/analytics.js','ga'); ga('create', 'UA-77129967-1', 'auto'); ga('require', 'GTM-NLPH4K8'); ga('send', 'pageview');

Siga-nos

|Saúde

«O capitalismo é a maior ameaça à saúde pública», alertam em Salónica

O capitalismo continua a ser a maior ameaça à saúde humana e do planeta, afirmaram académicos reunidos na abertura da XIX Conferência da Associação Internacional de Política da Saúde na Europa.

Créditos / IPHU Thessaloniki

O encontro decorre desde quinta-feira na Universidade Aristóteles de Salónica, sob o lema «Capitalismo, Pandemia e Saúde Pública», procurando abordar questões como: desigualdade no acesso à saúde; cuidados de saúde universais e privatização dos serviços de saúde; desafios e oportunidades para a saúde pública ou migrações, guerras e saúde, entre outros.

Alexis Benos, um dos organizadores do evento, que hoje termina, disse ao Peoples Dispatch que o momento da sua realização é «lamentavelmente oportuno». «Quando a Grécia enfrenta os efeitos devastadores de cheias e reformas laborais danosas para os trabalhadores, é hora de abordar a causa principal de crises semelhantes pela Europa fora: o capitalismo», disse Benos.

Na conferência da AIPSE, académicos e activistas europeus, refere o Peoples Dispatch, têm a oportunidade de confrontar a teoria contra o capitalismo com exemplos práticos de lutas sociais contra as políticas de austeridade e a mercantilização da saúde.

«Estas tendências mudaram profundamente o panorama da saúde na região, num contexto em que o acesso aos cuidados de saúde continua a cair, as condições de trabalho no sector estão em declínio e os espaços de discussão sobre a saúde são ocupados pelo sector empresarial», sublinha a fonte.

Uma conferência «fora da esfera do mercado»

Ao contrário do que ocorre na maioria das conferências devotadas à saúde, este evento foi organizado sem depender de doadores empresariais. «Organizar uma conferência sobre os efeitos do capitalismo nos cuidados de saúde, com a participação de académicos, sindicatos e movimentos populares, e fazer tudo isto fora da esfera do mercado, é um verdadeiro feito», disse Elias Kondilis, membro do comité de organização.

Participantes na XIX Conferência da Associação Internacional de Política de Saúde na Europa, em Salónica / phmovement.org 

A ligação de investigação e activismo é uma das características que fazem com que esta conferência se distinga do conjunto de eventos em torno da saúde. O seu formato actual, refere o Peoples Dispatch, tem a ver com a história da organização.

Quando a AIPSE foi lançada a nível mundial, baseou-se fortemente no movimento anti-guerra associado à Guerra Americana no Vietname, recordaram Hans Ulrich Deppe e Asa Christina Laurell, dois militantes destacados da organização.

Nessa linha, a conferência deste ano foi construída por um grupo que integra estudantes e professores que partilham uma ligação forte a movimentos sociais de base.

Além de juntar teoria e prática, os encontros da IAHPE (na sigla em inglês) são marcados por outra característica distintiva: não hesitam em afirmar que o capitalismo é o maior perigo para a saúde. Ao insistir nesta afirmação e ao publicar as provas que a sustentam, a organização fez «o que era necessário», disse Vicente Navarro, um académico destacado no estudo dos factores sociais, políticos e económicos determinantes da saúde.

Persistem os efeitos devastadores da mercantilização na saúde

«Embora os efeitos devastadores da comercialização e da mercantilização na saúde tenham sido repetidamente comprovados, a tendência persiste. As práticas mais preocupantes persistem nos Estados Unidos, onde o capital privado está rapidamente a assumir o controlo dos cuidados de saúde», destacou a médica norte-americana Steffie Wollhandler na palestra inaugural da conferência.

A tendência consiste em comprar entidades de saúde, incluindo consultórios médicos, «através de dívida que é transferida para a contabilidade da entidade adquirida», explicou Wollhandler. Isto sobrecarrega o consultório ou hospital que foi adquirido com custos de juros.

Em combinação com outras estratégias de maximização de lucros, como a venda de infra-estruturas ou a transformação de hospitais e consultórios em cadeias, este processo leva ao seu colapso e liquidação, deixando as pessoas sem acesso aos cuidados de que necessitam, alertou.

Para impedir a propagação desta tendência nos EUA e noutros países, «o trabalho da Associação Internacional de Política da Saúde e das suas organizações de apoio continua a ser crucial», disse Wollhandler.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui