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Para toda a gente, tudo #8

Mateluna navega entre as ficções construídas lá fora e o documento de prova trabalhado pelo teatro, tradicionalmente encarado como um lugar, físico e metafísico, para dizer a verdade a mentir, aqui tentando encontrar uma verdade concreta.

Hoje é o último dia para apanhar o texto de Guillermo Calderón em cena no Maria Matos, numa co-produção com a HAU Hebbel am Ufer Berlin (Alemanha) e a Fundación teatro a mil (Chile)
Hoje é o último dia para apanhar o texto de Guillermo Calderón em cena no Maria Matos, numa co-produção com a HAU Hebbel am Ufer Berlin (Alemanha) e a Fundación teatro a mil (Chile)Créditos / Festival de Inverno de Teatro, Danza e Arte en Accíon – Gaías

Começar pelo fim...

... porque há pressa. Hoje é o último dia para apanhar Mateluna, de Guillermo Calderón, no Teatro Maria Matos. Para o anterior Escuela, de 2013, também apresentado em Lisboa, o criador chileno entrevistou antigos membros da resistência ao regime de Pinochet.

Jorge Mateluna, condenado a 14 anos de prisão por um assalto em que morreu um polícia, foi indultado em 2004. Mas cinco meses depois da estreia de Escuela, espectáculo construído sobre vários percursos e também sobre o seu, Mateluna foi novamente preso e condenado, por envolvimento noutro assalto, num caso construído sobre vários equívocos, ou dizendo de outra forma, sobre ficções. Sobre enganos.

Mateluna cumpre agora uma pena de 17 anos. E à porta do teatro em que o espectáculo de Calderón se apresentou no Chile, os seus apoiantes fizeram e repetiram manifestações exigindo a reabertura do caso.

Mateluna navega portanto entre as ficções construídas lá fora e o documento de prova trabalhado pelo teatro, tradicionalmente encarado como um lugar, físico e metafísico, para dizer a verdade a mentir, aqui tentando encontrar uma verdade concreta. No Maria Matos, hoje pela última vez, às 21h30.

Mas é sempre demasiado cedo para se fazer a História?

À Culturgest regressa Deborah Pearson, com History, History, History, um documentário ao vivo onde quer explorar as falhas na ligação entre o pessoal e o político a partir de um filme húngaro, por si traduzido de forma livre — uma comédia de futebol produzida em 1956 e que deveria ter estreado na semana em que começou a revolta de Budapeste.

Para quem gosta particularmente de jogos com o que está inscrito, em película ou noutro suportes, é de não perder. No Pequeno Auditório da Culturgest, quarta 22 e quinta 23, às 21h30.

«Despertar da Primavera», de Frank Wedekind. No CCB pelo Teatro Praga

Tragédias de juventude já depois da Terceira Idade.

Alerta alerta, o Teatro Praga regressa a um texto já escrito, do cânone teatral do século XX. Isto só por encomenda. E é o caso, um convite do CCB. A Praga atira-se ao Despertar da Primavera de Frank Wedekind. Que era pessoa, acho, para gostar de ler que se regressa agora a um clássico da literatura dramática «para inscrever, num texto e teatro canónico, o lugar dos que não estão incluídos no sistema representativo». No Pequeno Auditório do CCB, 24, 25 e 27 de Fevereiro às 21h, porque isto, como dizem as avós, vai sair melhor que a encomenda.

«Maria Luísa, a felicidade ainda não foi inventada»

«A Gorda», de Isabel Figueiredo. Editorial Caminho

O livro do mês é A Gorda, da Isabela Figueiredo. É sobre uma gorda, vinda adolescente das ex-colónias, que vive na Margem Sul. Mas aqui a espirra-canivetes que nasceu depois do 25 de Abril, de África só conhece a Tunísia e cresceu na linha de Cascais, espremeu-o até ao tutano.

É um livro desavergonhado, que não pede desculpa por nada, finta os truques fáceis — e tantos que tinha à disposição — e às vezes parece quase esforçar-se para não agradar a gregos nem a troianos. Há qualquer coisa de «estou-me nas tintas» que sabe tão maravilhosamente bem como aquela gordurinha que pinga sobre as brasas num bom churrasco cheio de dioxinas e que nunca seria certificado pela ASAE. Edição da Caminho. A saborear com vista de rio. Ou de pele.

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